A família Silva é uma família portuguesa típica: recebe mensalmente os seus salários e faz os seus gastos. O problema é que a família Silva gasta mais do que o que recebe. O que lhes está a causar um problema. Convém perceber porquê.
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27
Jan 10
As Escolhas do MV (XVII)
Cá vai:
- mais uma vez ServerSide Javascript: este último fim de semana o Kris Zyp lançou o Pintura, um web framework que parece ter tudo o que eu desejava. O meu post aliás é referido na apresentação do Pintura.
- para a turma do empreendedorismo: Things Startups Do and Dont Need. Escritórios Maverick/Seed : Sunny office: check; Windows that open: check; Video Game System: not yet; Coffee Machine: not yet; Proximity to Public Transportation: check; Proximity to Park: check; Heating that goes on all nigh: check; Plants: not yet; Soft Lighting: sorta… Bem pelo menos desde a semana passada que já temos estores/cortinados nas janelas, mesas e cadeiras, pelo que dá para funcionar. Se precisarem de uma cadeira de quando em vez apitem; pelo menos enquanto não estiver tudo ocupado.
- this, ladies and germs, is how it’s done. You wanted the best, you got the best.
- dois bons vídeos para perceber o que é disruptive innovation. Está na moda falar de “inovação” e dizer “disruptivo” mas a maioria não sabe do que está a falar.
- se houver iTablet até estou tentado a comprar para a mesa da sala e para usar como ebook reader (o Kindle é feio que até dói). Mas compro de certeza se tiver o Crayon Physics.
- finalmente acabei de ler o Collapse. É um bom argumento a favor das alterações climáticas (ou mais do que isso, se bem que isso é um dos pontos principais), mas não me convenceu. Mas pelo menos evita a tanga do “aquecimento global” (tem estado quentinho, tem…). Pelo meio ainda li o Introduction to Political Philosophy que, embora me tenha confirmado uma série de ideias (individualistas, neoliberais e capitalistas), também tem um bom argumento a faver do Estado social. Mas também não me convenceu. E a semana passada ainda despachei o The Tiger Warrior que é uma boa merda quando comparado com os outros livros do autor.
- é hilariante e risível a reacção dos tansos quando foram enganados. Acreditaram que o Obama era o salvador da Pátria (quiçá do Mundo e arredores) e acreditaram na patranha da Gripe A. Isto apesar de terem sido avisados sobre uma e outra. Pelo mesmo senhor que avisou sobre a potencial crise do subprime. Agora tentam atirar as culpas de serem patos para a “situação mundial herdada” (como se isso já não fosse conhecido) e para “a ganância da indústria farmacéutica” (isto apesar de terem sido os Governos e a OMS os causadores do pânico). Da mesma maneira que atiraram as culpas para “a ganância da indústria financeira” (isto apesar de terem sido os Governos que criaram o crédito barato e democrático, com os seus créditos bonificados e com os bancos estatais como a CGD ou o para FreddieMac/FannieMae). Mas, claro, o senhor em causa (Ron Paul) é um liberalista, individualista e defensor do capitalismo, pelo que é com certeza burro. Aliás, a inteligência e a cultura são monopólios da esquerda liberal e dos colectivistas/socialistas. Os outros são umas bestas.
Fim.
17
Jan 10
As Escolhas do MV (XVI)
Nas últimas 2 semanas não houve escolhas por razões mais ou menos óbvias: não sei se repararam mas numa 6a foi a passagem de Ano e na outra estive ocupado. Esta 6a feira também tive de sair e por isso estas escolhas já vêm um bocado atrasadas: não são no formato habitual, mas são as minhas escolhas de 2009; os links da minha lista de links que são os pontos relevantes de 2009.
Assim, 2009 foi o ano em que:
- o uso de Javascript no servidor atingiu massa critica e começou a ganhar forma. Sabe bem confirmar o que tinha previsto e fazer parte da “revolução”.
- depois de usar o Twitter durante 2 anos (desde Março de 2007; sim já existia Twitter…), me fartei da conversa de putas de esquina e me pus a andar. Agora apenas o uso para publicar mensagens de status (o objectivo original), da mesma forma que uso o Facebook/MySpace/Hi5/LinkedIn/etc, sem participar no concurso de “colecção de cromos” nem lhe dando uso para conversas do chacha, piores que o IRC (mIRC para os nabos).
- completei um (1) ano como desempregado (ou, melhor dizendo, “desocupado”, que quem é gerente de empresa ou administrador público não tem cá direito a subsídio de desemprego) e, não conseguindo arranjar um tacho decente (cheira-me que não devo ter arranjado muitos amigos), fui obrigado a criar o meu próprio emprego.
- fiz o primeiro Kickstart (versão zero, por assim dizer), de conteúdos mais teóricos que o Kickstart 1H10 (vertente mais prática), e que me lancei numa nova aventura. O Kickstart “microMBA” deverá ter outra edição em Abril deste ano, caso haja suficientes interessados.
- voltei a poder meter as mãos na massa em algumas “actividades antigas“, depois de 3 anos de exclusividade dados à Nação. Nada de conclusões rápidas e más ideias. Viram o título? Agora eu estou do lado dos “bons” (“Who? Me? Oh well…“)
- me tornei “mestre“. Eu já sabia que era (there are lotsa ninjas but I am shogun), mas a confirmação académica dá sempre jeito.
- decidi qual ia ser o meu próximo telemóvel e depois voltei atrás e me decidi antes por outro (é igual ao GooglePhone NexusOne, mas para melhor e para homens, ie. tem teclado).
- reactivei o meu blog pessoal (este) em nova plataforma mas herdando os conteúdos do mv.asterisco.pt (cujo endereço continua a funcionar). A plataforma anterior era mais simples (bash scripting FTW), mas precisava de uma coisa melhor. Pode ser que um dia destes mude (PHP sucks) e faça uma toda baseada em Javascript. Ou que alguém a faça para eu usar.
- redescobri os biscoitos Paupério, esse ícone da minha infância. O que me faz lembrar que tenho de ir buscar mais uma caixas…
- expandi o âmbito da minha carreira académica
- a nova aventura se tornou concreta
- desisti de vez dos Windows e dos Mac OSX e mudei de vez para Linux
- o serverside Javascript se tornou ainda mais concreto, obrigando-me a rever os meus tempos de Faculdade a programar em Lisp e Scheme para relembrar o paradigma funcional e o que são fechos/closures. O “event based” e os “callbacks” continuam a ser uma forma esquisita de programar, mas acho que ainda vou a tempo de me habituar.
- a organização regular do workshop Kickstart começou (Kickstart 1H10). O 2º workshop Kickstart (Kickstart 2H10) deverá realizar-se em Junho ou Julho deste ano.
E agora começa a aproximar-se a data do ano 42 da era MV. “God knows what happens next…“
28
Dec 09
As Escolhas do MV (XV)
- anda por aí muita fotografia retocada no Photoshop. Algumas com efeitos desastrosos. Fiquem a saber que há forma de os detectar.
- para algum empreendedor interessado na área da comunicação social, aqui está uma boa ideia. Quem, eu? Não. Para já.
- Enuff Z’Nuff. Diz-vos alguma coisa? Um nome complicado para aqueles que poderiam ser considerados a versão dos Beatles no hair/glam metal.
- podem apreciar a música neste vídeo do Stanley Jordan mas acima de tudo prestem atenção às imagens e à técnica do menino. Absurdo. Dá-me vontade de passar a usar a guitarra como mesa de café.
- estou já a ler uma das prendinhas de Natal: An Introduction to Political Philosophy.
- a política resume-se a duas questões: “who gets what” (quem é que fica com o quê) e “says who” (quem é que diz quem e o quê).
Acho que a partir da próxima semana ou da seguinte começo a sugerir escolhas na área dos jogos, para substituir a dos filmes. Até lá.
23
Dec 09
History Repeating
Há uns anos 10 anos atrás resolvemos mudar de casa. E como o nosso banco andava armado em parvo, resolvemos mudar de banco para aquele que nos desse as melhores condições. Curiosamente, depois da mudança, o banco inicial andou durante 2 ou 3 anos a oferecer-nos o que dantes não podia ser; até que acabámos por mudar de volta, não pelo aliciamento mas porque o novo banco passou ele a armar-se em parvo.
Anyway… A coisa acabou por ter piada porque, quando nos dirigimos ao soon-to-be novo banco para contactar uma pessoa recomendada por um amigo, acabo por descobrir que era um amigo de longa data, colega num dos primeiros empregos que tinha tido. “Eh pá! tás bom e o camandro!…”. A conversa habitual. Lá começámos a dar andamento aos trâmites e esse amigo pede-me os dados pessoais. Quando lhos começo a dar e ele começa a debitar no computador, diz ele: “Eh pá, não é preciso porque eu já tenho aqui os teus dados todos”. Como?! Eu nunca tinha sido cliente do banco, nem do grupo. Têm os meus dados todos?! Mau… Comecei logo a fazer teorias da conspiração. Privacidade, big brother e tal. “Como é que têm os meus dados todos?”, perguntei. “Foste tu que os deste. Na data tal do tal no balcão das empresas na Avenida X”. Fiz rewind, lembrei-me e comecei a rir…
Uns anos antes tinha resolvido meter-me numa aventura e achei que eram verdade aquelas coisas da TV tipo “venha ao nosso banco, apoiamos jovens empresários”. Hoje já não é empresários mas é parecido: “venha ao nosso banco, apoiamos inovação e empreendedores”. A mesma treta. Mas na altura lá fui ao banco. Explicar o que é que queriamos fazer, porque é que achavamos que o TCP/IP ia ganhar ao X.25 (literalmente) e a Internet era uma coisa boa. Já estão a ver o filme: ficaram com os dados (para a basezinha de dados de direct mail) e ignoraram-nos completamente. O que não é de admirar, visto que ainda não tinha o ar respeitável de quem corta o cabelinho e levava o mesmo blusão de cabedal que levei ontem para os Living Colour.
E lá continuei a rir. “Porque é que te estás a rir?”, pergunta-me. “Porque já me lembro onde é que dei os dados e porquê.”, disse eu. A rir-me. E diz o amigo: “Porquê?…. Espera…Não acredito! Foi por….”. Pois. Pois foi. Foi o banco a ficar a ver navios por causa das suas “metodologias”, os seus “processos”, as suas “burocracias”, mas acima de tudo a sua aversão a tudo o que sai fora dos parâmetros do sistema. Perderam a oportunidade de fazer um bom investimento e de ter um bom retorno.
Hoje, já com mais experiência, mais conhecimento e mais paciência, estou-me a rir de antemão. Como diria o outro “plus ça change…“. Os termos mudam, os “JEEP” de ontem são os “empreendedores” de hoje, os SAJE de ontem são os QREN de hoje. Mas as tretas continuam as mesmas. A aversão a tudo o que sai fora do quadrado continua. E depois o tempo passa, as coisas mudam e eu fico-me a rir.
Nas palavras imortais dos Propellerheads e de Lady Shirley Bassey: “History Repeating“.