20
Oct 13

“Os ricos q paguem a crise”, ou “Porque razão os esquerdistas são idiotas”

download Ora, pegando nas 10 pessoas mais ricas de Portugal, e somando as suas fortunas, obtemos a módica quantia de 8.774 milhões de Euro.

Para os ricos pagarem a crise não estamos de modas e isto não vai lá com 50,60 ou 70% de impostos. Não. Vamos confiscar toda a riqueza destes malandros.

Vamos ignorar o facto de que no dia em que isto fosse feito desapareciam todos os empregos criados por estes exploradores. Vamos ignorar o facto de que a maior parte da riqueza referida ser em acções na Bolsa que no dia seguinte passariam a valer zero.

Temos assim que com esses 8.774 milhões de Euro se podia abater parte da divida publica Portuguesa, a saber 190.000 milhões de Euro. Em percentagem? Confiscar 100% da riqueza destes 10 senhores do Grande Capital permitiria pagar 4.6% divida.

Cambada de cretinos. Alguns com mestrados em Economia e nem sequer sabem fazer contas.

 

PS (não, PS não)… Post Scriptum: analise o gráfico abaixo. Comente sobre a ligação entre a divida publica portuguesa e os ciclos politicos.

Divida Publica portuguesa 1850-2010 _ Valerio e Mata (1994) e AMECO


11
Oct 13

A Fraude da SS e das Reformas V2

catrobbery No meu post anterior fiz umas contas à Sr Silva ou, como vociferou logo a elite esquerda pensante, contas à merceeiro (sem desrespeito para os merceeiros que sabem fazer contas melhor do que a esquerda e do que os Governos).

As contas feitas pretendiam mostrar, de uma forma simples, que as reformas que estão e têm estado a ser pagas aos Portugueses não têm nada a ver com o que descontaram durante a vida de trabalho. Esse argumento é muito usado para criticar os cortes e, dado o atrás explanado, não têm qualquer credibilidade.

Há um segundo argumento que o argumento do “intergeracional”; a ideia de que quem está a descontar hoje é para suportar os que recebem hoje pensões. Intergeracional uma merda. Os que primeiro começaram a receber pensões não as tinham pagas por quem veio antes, porque ninguém veio antes. Mais um argumento cretino.

Em frente.

A elite de esquerda pensante tratou logo de criticar as contas à Sr Silva (à merceeiro, como gostam de dizer). A esquerda pensante não gosta que se simplifique as coisas, ou, como gostam de dizer, não gostam de visões simplistas. Sim, porque o mundo é uma coisa complexa e o simples cidadão não pode ter explicações simples, o mundo complicado só lhe pode ser descodificado pela elite pensante que gosta de coisas complexas.

“O dinheiro não fica paradinho, um erro crasso”, diz um. Com razão, o dinheiro parado vai render juros. Não percebe que o post original era para dar uma explicação de forma simples. “Ninguem recebe a pensão na totalidade”, diz outro. Mas não é isso que foi “vendido” aos cidadãos. E não é essa a percepção dos cidadãos. “E a valorização do fundo?”, alguém refere (com outras palavras caras como ‘capitalização’, ‘retorno’, ‘fundos soberanos’; a esquerda pensante gosta de mostrar que pensa em coisas complexas que só podem ser descritas com palavras caras) . Depois há os farçolas, que não têm argumento nenhum e conseguem saltar de vulgares ataques pessoais (‘o autor é maluco’ ou ‘contas feitas à balda’) para diatribes sobre este ou aquele Governo ou sobre quem anda a roubar quem. Também há as discussões metafisicas cujo objectivo é desviar o assunto em apreço: ‘a despesa do Estado não é só isso’, ‘as pessoas não são numeros’, ‘o autor é arrogante’. E os candidatos a Ricardo Araujo Pereira do 5º esquerdo com graçolas de merda. Finalmente, a inevitavel  lei de Godwin: qualquer discussão na Internet acaba por trazer à baila Hitler e os Nazis; neste caso o papão Salazar.

Siga, agora que já desopilei o fígado.

Então tirei algum do meu tempo para fazer umas continhas melhores. Com capitalizações e indices de preços no consumidor e tudo. Temo é que a esquerda elite pensante não seja capaz de as compreender. Se as compreender cá estamos para acatar mais sugestões objectivas. Algo melhor do que “o Mário Valente é feio, porco e mau e é um capitalista neoliberal, pelo que qualquer coisa que diga não passa no nosso crivo de qualidade elitista esquerdista’.

Numa das muitas páginas da Pordata podemos encontrar as quotas dos subscritores e comparticipação das entidades por subscritor para a Caixa Geral de Aposentações. Mostra quanto descontou por ano o português médio. Noutra pagina da Pordata temos a taxa de inflação (medida como a taxa de variação do Índice de Preços no Consumidor).

Uma tabelinha numa folha de cálculo apresenta as continhas mais ao gosto do pensador elitista de esquerda. Vamos lá ver se a conseguem digerir:

Screenshot from 2013-10-11 01:24:53

 

Então:

  • a 1ª coluna tem o ano. Esta é facil. Vai de 1972 a 2012 para simular 40 anos de descontos
  • a 2ª coluna tem a média dos descontos feitos ou, dito de outra forma, os descontos feitos por um português médio
  • a 3ª coluna tem o factor de inflação através do uso do Indice dos Preços no Consumidor
  • a 4ª coluna é igual à que está atrás mas em casas decimais para facilitar as contas
  • a 5ª coluna tem outra vez a quotização média (ie igual à 2ª) mais uma vez para facilitar cálculos
  • na 6ª coluna está o acumulado das quotizações feitas, ou seja, esta coluna vai acumulando as quotizações ano a ano e capitaliza as mesmas em 5% ao ano (o que traduzido de esquerda pensante para português corrente quer dizer que o que se vai amealhando rende 5% de juros). Nota: 5% de juros. Era bom, era… Tome-se este juro inflacionado como prova da benevolencia do autor
  • na 7ª coluna está o valor acumulado da pensão do português médio, mas desta vez ajustado à inflação e à variação do Indice de Preços no Consumidor.

O valor a reter é o que está a bold no canto inferior direito da tabela: 178.091,24€.

É o valor que o português médio tem na sua conta de reforma, aos 60 anos, depois de 40 anos de descontos (1972 a 2012). Quanto é que o português médio poderá esperar receber de reforma (por mês)? O resultado de dividir o que tem na sua conta pelo número de meses contidos nos 20 anos que ainda tem de vida. Se viver até mais tarde o valor mensal será menor.

Quanto é? É dividir 178.091,24€ por 20 anos x 14 meses (a contar com o subsidio férias e de Natal) = 636€/mês. É quanto o português médio pode contar receber por mês. O português médio, note-se, é aquele que desconta 5353€ por ano. Aquele que ganha 16220€ por ano, mais coisa menos coisa 1.160€ por mês.

Curto e grosso: o cidadão que ganha hoje 1.160€ por mês espera reformar-se e receber 1.160€ por mês de reforma; mas aquilo que descontou apenas lhe permitiria  receber 636€/mês.

É esta a realidade nua e fria. Pode discutir-se muito sobre a frieza dos números e sobre o humanismo e sobre o Estado social. Mas a realidade é esta: os Portugueses foram enganados durante 39 anos de socialismo. É isso que é preciso encarar. A reforma devia ser mais? Devia. O Estado social podia fazer mais coisas? Podia. Temos de cuidar dos velhos e dos desamparados? Temos. Mas a realidade é esta: OS PORTUGUESES FORAM ENGANADOS POR 39 ANOS DE SOCIALISMO (PS e PSD incluidos; e até o CDS tem lá o S de “S”ocial).

O meu post anterior apresentava o caso de quem ganha o salário minimo (por uma razão de simplicidade já que não desconta IRS). Tentava mostrar, de uma forma simplista, que quem recebesse o salário minimo (500€) a vida inteira teria a receber de pensão mensal 350€ e não 500€ como seria a sua expectativa. Estes cálculos mais ao gosto da elite de esquerda pensante (também conhecida como a esquerda caviar) mostram que os cálculos à merceeiro não estavam muito longe da verdade e vão para pior. Esse português com o salário mínimo de 500€ descontou valores ao longo de 40 anos que apenas lhe permitiriam receber 215€ de reforma e não 500€ como lhe venderam e como ele esperaria. Foram enganados.

Agora pensem bem em votar em qualquer partido português. Até os nazis (nacionalistas-socialistas) do PNR são socialistas.

Nota final: a elite de esquerda pensante aponte os erros existentes. Temos todo o gosto em refazê-los. Mas bom mesmo era que se chegassem à frente e os fizessem vocês.

Nota mesmo final: obrigado ao Inginheiro Hugo Taxa que me ajudou a fazer as contas com a inflação. Como chumbei duas vezes a Finanças tive de pedir ajuda a um gajo com Mestrado em Finanças.

Nota mesmo mesmo final: merceeiros ao poder. #FTW


08
Oct 13

A Fraude da Segurança Social e das Pensões de Reforma.

catrobberyPara o caso abaixo vamos assumir q não há inflação nem vamos ajustar os valores em causa aos valores reais (ie. 500€ de salário minimo hoje não é o mesmo q o salario minimo há 80 anos)

Então: O Zé começou a trabalhar aos 20 anos e trabalhou durante 40 anos. Ganhava o salário minimo (vamos assumir q era 500€, altamente inflacionado) e descontou o respectivo valor durante 40 anos, valor esse q é (hoje em dia) à volta de 175€.

Ora 40 anos são 40 x 14 meses (contando com o subsidio de natal e de ferias q na altura nao existiam). O que dá 560 meses. O q dá um total de 560 x 175€ = 98000€ de descontos.

O Zé quer agora reformar-se, com 60 anos. A sua expectativa de vida, actualmente, é de 80 anos. Ou seja, em média deverá receber durante 20 anos a sua pensão, ou seja, o total do que descontou.

20 anos x 14 meses = 280 meses. Ora 98.000€ a dividir por 280 meses dá 350€. A pensão do Zé deveria ser de 350€. Mas não, foi-lhe prometido q ficava com uma reforma igual ao vencimento q tinha antes.

O Zé acreditou nas balelas. Mas agora, como o Estado é pessoa de bem (duvidoso), tem de lhe pagar os 500€.

De ondem vêm os 150€ em falta? Do meu bolso e do leitor. Que somos obrigados, sob ameaça de prisão ou de armas, a pagar. Embora seja obvio que nunca vamos beneficiar dos descontos que fizemos. E q se queremos ter garantia de uma reforma é melhor começarmos a poupar para um plano de reforma privado. Isto se conseguirmos poupar: é q nos roubam dinheiro para pagar um esquema fraudulento e do qual não podemos sair mesmo q não pretendamos beneficiar dele.