11
Oct 09

As Escolhas do MV (V)

Nem me vou tentar justificar… Alternativas a ver a cobertura das autárquicas:

  • link tecnológico da semana: uns gajos que puseram um piano a falar. Não sei se isto é revolucionário ou se serve para alguma coisa. Mas é algo surpreendente.
  • podia dar uma série de links para artigos curtos e grossos sobre negócios e empreendedorismo que estão no Trizle. Mas não vale a pena, o melhor é lerem os artigos todos.
  • a maior banda rock de sempre lançou esta semana um novo álbum. Sou obviamente imparcial, mas o álbum é muito bom. “Ah e tal andam pintados, com roupas esquisitas e tocam muito alto”. Pois é, mas sempre é melhor do que os “cinzentos” urbano-depressivos que para aí andam de tshirt e jeans. And: if its too loud, you’re too old.
  • esta semana não consigo destacar nenhum vídeo. Mas na semana anterior gostei de rever este clássico. Eu não era grande fã (para não dizer que não gostava), mas achei piada relembrar os 3 meses de Verão na Costa e os copos todas as santas noites.
  • não houve filmes esta semana. Fiquem-se com o link para o meu filme favorito. É um filme surreal e um dos menos conhecidos de Scorsese.
  • aqui há uns anos (10) comprei um livro cujo título e tema me interessaram: Digital Fortress. Não o considerei nada de especial, mas algum tempo depois acabei por comprar também o Deception Point do mesmo autor (saltei o Angels & Demons). Mais uma vez não achei nada de especial. Foi com algum espanto que vi aparecer em 2005/2006 o enorme sururu à volta do Da Vinci Code. Especialmente porque o tema é uma cópia chapada dos livros do Michael Baigent e do Richard Leigh ( Holy Blood and the Holy Grail, The Messianic Legacy, The Temple and The Lodge e The Dead Sea Scrolls Deception). Tudo livros da década de 80, baseados em investigação real e não versões romanceadas dos factos. Tudo isto para dizer que esta semana foram de enfiada dois livros: o The Last Gospel e o The Last Pope. O primeiro é o terceiro de uma série escrita por David Gibbins. É arqueólogo submarino e portanto o que escreve, sendo romanceado, é baseado em investigação e dados obtidos no terreno. Já tinha lido os anteriores e não me espantava que um dia destes dé-se direito a filme, daqueles que depois já toda a gente conhece e compra o livro numa tradução manhosa em português. Isto se é que os direitos não estão já vendidos. Se não estão e eu tivesse dinheiro… Oh well… O segundo livro é escrito por um português. Conta a história do assassinato do Papa João Paulo I e dos bastidores do Banco do Vaticano (uns senhores…). Existe a edição original em português mas eu li a edição traduzida. Os livros portugueses têm um formato esquisito, um papel plastificado e ainda por cima são feios.
  • política esta semana é para referir um artigo sobre a burrice que a EU se prepara para fazer relativamente ao capital de risco. Para variar um inteligente com cara de burro acha que criar mais regras é boa ideia e que vai contribuir para o já incipiente contexto de empreendedorismo, inovação e capital de risco na EU. Isto sem falar de afugentar todo o investimento estrangeiro que existe ou possa vir a existir.  Never underestimate the power of stupidity…

Divirtam-se que eu por mim vou jogar Combat Arms até ficar enjoado…

Prazos para a apresentação de candidaturas no âmbito do COMPETE</font>: Entre o dia 31 de Agosto e o dia 25 de Setembro de 2009

03
Oct 09

As Escolhas do MV (IV)

Já depois da meia noite, para variar. Relapso, mea culpa. Coisas giras da semana para ver, ler e ouvir durante o fim de semana prolongado:

  • já passei por muitas linguagens de programação (Z80 ASM, Basic, Pascal, VB, C, Perl, PHP, Python) e vai não volta chateio-me de as usar e resolvo adoptar uma nova. Não é só uma questão de mudança pura e simples: tem também a ver com as mudanças que ocorrem no mundo da tecnologia. De há uns 4 ou 5 anos para cá cheguei à conclusão que neste momento (10 anos entre 2005 e 2015) a linguagem a adoptar é o Javascript. É funcional (o que está na moda, vide popularidade de Erlang, Haskell, etc), tem uma base instalada brutal (neste momento está em todos os telemóveis, em todos os browsers, pode ser usada para aplicações desktop (como o Firefox, com grande parte programada em Javascript), pode ser usada para aplicações gráficas (o Actionscript do Flash é praticamente Javascript) e finalmente até pode ser usada serverside). A grande vantagem é poder usar a mesma linguagem no browser, no application server e no database server. Tenho várias vezes ouvido “nunca! não vai funcionar”. Uma das objecções típicas é “nunca vai ultrapassar o Flash”. Tontos. Ainda não está lá, mas não demora muito.
  • pediram-me há uns tempos uma sugestão para o programa de um partido. Sugeri que colocassem todas as bases de dados da Administração Pública com acesso online (RSS, JSON e o camandro), público e gratuito (já tive uma guerra semelhante há uns anos com o Diário da República e depois calhou-me a mim a prenda…). Curiosamente (ou não) o Sr Secretário de Estado da Justiça, Dr João Tiago Silveira, apresentou essa ideia como uma medida do novo Governo. O que é uma coisa interessante. Não em termos políticos. Mas em termos de negócios. Are you listening Bruno Pedro?
  • sou um grande, grande fã de Glenn Hughes, “The Voice of Rock”. É o maior vocalista de rock que alguma vez existiu. Sim, é melhor que o David Coverdale (é o foleiro de fatinho branco a tocar baixo e a fazer as partes onde o Coverdale não chega). Toda esta conversa para dizer que a música desta semana é esta versão do “Video Killed the Radio Star”. Vá, não estrebucha, vão lá ver o menino a cantar só com um piano por baixo. Gostaram? Eu também. Ando a tentar tocar o tema mas em guitarra. Já tenho bolhas em alguns dos dedos.
  • o vídeo da semana são os “opening credits” do filme Grease. Deve ter sido o primeiro filme “adulto” que exigi ir ver. Estava farto das merdas da Disney. E tinha (e tenho) o LP.
  • portanto o filme da semana é nem mais nem menos o Grease. Vá, comprem o DVD ou saquem o “torresmo”, vão ver que é melhor para ver no Domingo à tarde do que as pessegadas que as TVs portuguesas passam (tipo 24ª repetição do “Dennis o Pimentinha”)
  • esta semana para ler foi o “8 Patterns of Highly Effective Entrepreneurs”. O que é que eu posso dizer? Que é mau. Moving along, esta semana recebi os meus primeiros “moochs” do Bookmooch. Não sabia o que é que havia de fazer à carrada de livros de que me quero desfazer e assim troco-os por outros para ler. Viva a Internet.
  • link para políticos de bancada esta semana é um artigo do New Yorker, Capitalism and Financial Crashes – Rational Irrationality (“The real reason that capitalism is so crash-prone.”). Discordo de várias pontos, mas a analogia feita com o desastre da Tacoma Bridge e o fenómeno de ressonância é muito boa. E dá algumas pistas para o que poderia ser a solução para os tão odiados (não por mim) altos e baixos do capitalismo.

E pronto, fico por aqui que amanhã há quem tenha que se levantar cedo para dar aulas.

Prazos para a apresentação de candidaturas no âmbito do COMPETE</font>: Entre o dia 31 de Agosto e o dia 25 de Setembro de 2009

26
Sep 09

As Escolhas do MV (III)

Desta vez este post já começou a ser escrito depois da meia noite. Alas… Então desta semana de vida online, como sói, destaca-se e comenta-se o seguinte:

  • grande parte da semana foi gasta a trabalhar com mais 2 ou 3 mafiosos (haxmen FTW!) numa auditoria de segurança solicitada por um cliente. Uma dica à borla, sem factura de consultoria: é má ideia ter como password o clube da sua preferência. Case in point: “benfica”, “sporting” e “fcporto” (<- CAMPEÕES!) são más passwords. Torna o nosso trabalho muito fácil e nós gostamos de desafios, para além de que cobramos caro e o gasto tem de valer a pena. Ah: “12345678” também não é uma boa password. E qualquer uma desta lista. Ou desta. Its not even funny…
  • ah e tal, o Twitter levantou mais 100 milhões de capital e portanto vale para cima de 1 bilião/bilhão de dólares. Ah, OK. É assim, eu chumbei 3 vezes a Finanças, mas sigam lá o meu raciocínio: tenho uma empresa com 50.000€ de capital social, divididos em 50.000 acções de 1€ cada; a minha empresa não factura a ponta de um chavelho e portanto não tem dinheiro para comprar papel higiénico para limpar o cú; arranjo um investidor que compra 1 (uma) acção por 100€, para que eu possa obrar sem problemas (se bem que era mais fácil usar as acções…); e subitamente a minha empresa vale 5.000.000€ (5 milhões de euro)? Como 1 acção (uma; aquela só) vale 100€, quer dizer que 50.000 acções valem 5M€ (50.000 x 100€)? Alguém não sabe fazer contas. Digo eu. Mas eu chumbei 3x a Finanças portanto não sou fonte segura. Como ando com a mania de montar uma empresa de capital de risco, assim a olhómetro diria que algum banco de investimento tinha dinheiro demais em carteira e precisava de o meter em algum lado para poder sacar as comissões. Mas eu sou um newbie e um wannabe, é certo, portanto é dar ao desconto.
  • já vos falei dos Blessed by a Broken Heart? Isto é das melhores coisinhas que tem aparecido no panorama musical mundial (e não, o lixo que está nos tops e que passa nas MTV não está incluido pela simples razão que não é musical). O último album destes amiguinhos (Pedal to the Metal) é arrasador. Relentless is the word. Com quase 30 anos de rock, hard rock, heavy metal e concertos no lombo, já vai sendo dificil encontrar coisas que me surpreendam. E já desde 2001, altura em que saiu o 1º ábum do mestre André, que não me divertia tanto a subir o volume até ao 11.
  • em termos de vídeo esta semana há mais britcom. Sou grande fã de britcom. Desde a altura em que a TV em Portugal era só a RTP1 e a RTP2 e a RTP2 passava os episódios do Flying Circus ao fim do dia, pela hora de jantar. Gosto de muita coisa e muita coisa tenho visto copiada (bem copiada, bem adaptada à nossa realidade) pelos commedians portugueses. Agora se fizessem favor faziam uma versão portuguesa do Best Britcom Evah!, The Fast Show (com a curiosa participação de uma famosa cantora inglesa bêbada). O Rowley “I’m afraid I was very drunk” Birkin QC é hilariante (tenho um taxista aqui na praça perto que é o gajo sem tirar nem por: fala o caminho todo e eu só percebo 10% da conversa).  Outro dos meus favoritos são os Offroaders (“Gripped! Sorted! Lets offroad!”)
  • aproveitando o embalo britcom, o filme da semana é o Guest House Paradiso (Bottom Movie). É feito por dois dos 4 mânfios que faziam os Young Ones e que depois fizeram a série Bottom (a 2a melhor série de britcom, depois do Fast Show). Advertência: é humor “básico”, faz mal a elites pensantes, não enviem à Clara Ferreira Alves.
  • esta semana acabei de ler o “The Money Machine“, um livro sobre como funciona a City, o centro financeiro britânico, e como funciona o sistema financeiro internacional. Muito interessante, especialmente porque já inclui (pelo menos a minha edição) considerações sobre a chamada crise do subprime (ie. a raiz da actual crise economico/financeira). Em particular sobre a culpa dos Governos terem influido na atribuição de crédito fácil (bonificações e tal, lembram-se?).
  • e já que se fala da crise mundial causada pela crise do subprime, é capaz de ser importante perceber como é que ela aconteceu (vídeo com desenhos). E perceber, conforme é referido, que o “turning point” que provocou a crise foi a concessão de empréstimos a quem não os podia pagar, concessão essa incentivada por governos que queriam o crédito democratizado, que todos tinham direito ao crédito. Nos EUA os bancos Fannie Mae e Freddie Mac, com o Estado como maior accionista (como a Caixa Geral de Depósitos em Portugal), foram os principais culpados por esta concessão irracional de crédito, imposta pelo governo americano (um governo socialista desde o fim da 2a Grande Guerra). Vários jornalistas (daqueles que sabem do que falam), economistas e publicações fizeram a análise e tiraram essa conclusão. E não foram só publicações americanas capitalistas, outras publicações bem mais independentes concluiram da mesma forma.
  • e se julgavam que terminava a parte “política” sem me referir às eleições, enganam-se. Refiro para dizer que vou votar CDS/PP. Não porque concorde na totalidade com as suas posições, em discordando em especial no que diz respeito ao ataque às liberdades sociais individuais (não sou católico, sou a favor do casamento civil entre pessoas do mesmo sexo, votei a favor do aborto, acho que as drogas deviam ser todas legalizadas…), mas acima de tudo porque não concordo com as posições dos partidos de esquerda, discordando em especial no que diz respeito ao ataque às liberdades económicas individuais (não gosto de ser roubado e pagar impostos para distribuir aos que não trabalham, não gosto de ser obrigado a descontar para o plano de poupança em versão pirâmide de Ponzi chamado Segurança Social, chateiam-me os subsidios dados pelo Estado a pessoas e empresas, talvez porque os tenha de pagar do meu bolso…). E porque o CDS foi o unico partido a dizer a palavra mágica: startups.

E como são 2 e meia da manhã, adeus e um queijo.


19
Sep 09

Oh! os srs. jornalistas chateados com um …

Oh! os srs. jornalistas chateados com uma fuga de informação. Vinda de um Ministerio qq, está bem e é publicada. Vinda de um jornal e publicada por outro, está mal, bandidos. Oh isnt it ironic…Dont you think..


19
Sep 09

As Escolhas do MV (II)

A sério que comecei a escrever o post ainda era sexta feira… Mas entre deitar os sobrinhos e ver o que se passou na semana que valesse a pena destacar, acabou por passar da meia noite. Por isso, sem mais delongas e uma vez que tenho de me levantar cedo porque os putos dão o toque de alvorada ao primeiro sinal de luz, cá vai:

  • em termos de tecnologia esta foi a semana em que fui testar algumas das distribuições mais recentes de Linux. Com uma placa gráfica nova instalada, resolvi ir ver essa história do Compiz, do eye candy e outras mariquices. Tá bem, é giro. Mas continuo a não gostar nem do Gnome nem do KDE. Vinte anos depois (no caso do Windowmaker, aqui a representar o desktop da NexT) e 10 anos depois (no caso do Enlightenment), continua a não haver desktops como estes. Se o Steve Jobs tivesse usado o desktop NeXT (à homem) no MacOSX (em vez da mariquice panisga que usa) eu até comprava um Mac. Assim não. Até a Apple lançar o tablet, a única coisa com que me apanham é o meu Newton.
  • provavelmente já toda a gente ouviu falar na aquisição da Mint (software online de gestão de finanças pessoais) pela Intuit (produtores do Quicken, software offline de gestão de finanças pessoais). O fundador, rapazinho de 25 anos, andou a bater à porta de alguns business angels e de algumas empresas de capital de risco e nada, ninguém lhe ligou nenhuma. A First Round Capital (empresa a meio caminho entre serem business angels e serem uma empresa de capital de risco) foi quem, em Outubro de 2006, providenciou o capital de arranque (estimado em cerca de 1.7 milhões de dólares), com investidores adicionais a proporcionarem 15 milhões adicionais, totalizando 17 milhões investidos. A empresa foi adquirida por 170 milhões de dólares, retornando 10x o capital aos investidores Series A e 100x o capital investido pela First Round. Em 3 anos. Aqui era a altura em que eu fazia um comentário sobre o capital de risco em Portugal, mas não me apetece. Fica o link para um artigo do Josh Kopelman, managing director da First Round, onde ele explica porque é que está disposto a investir em empresas que reduzam o tamanho de um mercado. Se compreenderem o artigo e tiverem uma ideia destas, não falem com ele falem comigo :-)
  • passei a semana a ouvir o Space Channel da DI.fm. Por isso a sugestão da semana são os sons dos System 7. É ambient techno ou IDM (Intelligent Dance Music) ou o que lhe quiserem chamar. Sim, também gosto. É que quando estou a trabalhar não dá para estar a fazer headbanging ao som dos Blessed By a Broken Heart (Christian Metalcore, listen at your own risk).
  • o video desta semana é um de muitos que faziam parte do programa de TV Banzai, uma série britcom a gozar com os TV shows japoneses que chegou a passar na SIC Radical. Todos os sketches eram concursos para o telespectador fazer apostas. Neste caso é um concurso para saber qual de dois esquilos (Vangelis e Marzipan) é o primeiro a ser levantado do chão por um cientista usando apenas nozes e uma cana de pesca. Place bets nowww!!
  • na semana em que morreu Patrick Swayze, a recomendação cinéfila só podia ser o mítico filme de culto Pointbreak, um dos meus favoritos entre os vários filmes de roubos e heists da minha lista.
  • como ando a preparar as aulas para o mestrado em Open Source do ISCTE, tive de rever um dos livros que recomendo na bibliografia: Democratizing Innovation, do professor Eric Von Hippel. Não é preciso comprar que está disponível para download.
  • numa semana em que discutiu muito as opções políticas e em que até apareceram uns questionários online (que parece que ganham prémios e tudo) para determinar o quadrante politico de cada um, vale a pena referir que os mesmos não são mais do que cópias rafeiras da Nolan Chart (tão a ver a matrizinha? tão a ver que se pode ser nem de esquerda nem de direita? tão a ver que os partidos existentes são incoerentes quanto às liberdades pessoais e económicas?). Pois é, este malandro do Nolan é um bandido de um americano libertário que defende um capitalismo selvagem. Mas vão lá ao site do Partido Libertário e preencham o Worlds Smallest Political Quiz. E depois digam onde é que calharam e se os partidos que existem endereçam as vossas escolhas.

E ficamos por aqui. Despeço-me com amizade até ao próximo programa.