As Escolhas do MV (III)

Desta vez este post já começou a ser escrito depois da meia noite. Alas… Então desta semana de vida online, como sói, destaca-se e comenta-se o seguinte:

  • grande parte da semana foi gasta a trabalhar com mais 2 ou 3 mafiosos (haxmen FTW!) numa auditoria de segurança solicitada por um cliente. Uma dica à borla, sem factura de consultoria: é má ideia ter como password o clube da sua preferência. Case in point: “benfica”, “sporting” e “fcporto” (<- CAMPEÕES!) são más passwords. Torna o nosso trabalho muito fácil e nós gostamos de desafios, para além de que cobramos caro e o gasto tem de valer a pena. Ah: “12345678” também não é uma boa password. E qualquer uma desta lista. Ou desta. Its not even funny…
  • ah e tal, o Twitter levantou mais 100 milhões de capital e portanto vale para cima de 1 bilião/bilhão de dólares. Ah, OK. É assim, eu chumbei 3 vezes a Finanças, mas sigam lá o meu raciocínio: tenho uma empresa com 50.000€ de capital social, divididos em 50.000 acções de 1€ cada; a minha empresa não factura a ponta de um chavelho e portanto não tem dinheiro para comprar papel higiénico para limpar o cú; arranjo um investidor que compra 1 (uma) acção por 100€, para que eu possa obrar sem problemas (se bem que era mais fácil usar as acções…); e subitamente a minha empresa vale 5.000.000€ (5 milhões de euro)? Como 1 acção (uma; aquela só) vale 100€, quer dizer que 50.000 acções valem 5M€ (50.000 x 100€)? Alguém não sabe fazer contas. Digo eu. Mas eu chumbei 3x a Finanças portanto não sou fonte segura. Como ando com a mania de montar uma empresa de capital de risco, assim a olhómetro diria que algum banco de investimento tinha dinheiro demais em carteira e precisava de o meter em algum lado para poder sacar as comissões. Mas eu sou um newbie e um wannabe, é certo, portanto é dar ao desconto.
  • já vos falei dos Blessed by a Broken Heart? Isto é das melhores coisinhas que tem aparecido no panorama musical mundial (e não, o lixo que está nos tops e que passa nas MTV não está incluido pela simples razão que não é musical). O último album destes amiguinhos (Pedal to the Metal) é arrasador. Relentless is the word. Com quase 30 anos de rock, hard rock, heavy metal e concertos no lombo, já vai sendo dificil encontrar coisas que me surpreendam. E já desde 2001, altura em que saiu o 1º ábum do mestre André, que não me divertia tanto a subir o volume até ao 11.
  • em termos de vídeo esta semana há mais britcom. Sou grande fã de britcom. Desde a altura em que a TV em Portugal era só a RTP1 e a RTP2 e a RTP2 passava os episódios do Flying Circus ao fim do dia, pela hora de jantar. Gosto de muita coisa e muita coisa tenho visto copiada (bem copiada, bem adaptada à nossa realidade) pelos commedians portugueses. Agora se fizessem favor faziam uma versão portuguesa do Best Britcom Evah!, The Fast Show (com a curiosa participação de uma famosa cantora inglesa bêbada). O Rowley “I’m afraid I was very drunk” Birkin QC é hilariante (tenho um taxista aqui na praça perto que é o gajo sem tirar nem por: fala o caminho todo e eu só percebo 10% da conversa).  Outro dos meus favoritos são os Offroaders (“Gripped! Sorted! Lets offroad!”)
  • aproveitando o embalo britcom, o filme da semana é o Guest House Paradiso (Bottom Movie). É feito por dois dos 4 mânfios que faziam os Young Ones e que depois fizeram a série Bottom (a 2a melhor série de britcom, depois do Fast Show). Advertência: é humor “básico”, faz mal a elites pensantes, não enviem à Clara Ferreira Alves.
  • esta semana acabei de ler o “The Money Machine“, um livro sobre como funciona a City, o centro financeiro britânico, e como funciona o sistema financeiro internacional. Muito interessante, especialmente porque já inclui (pelo menos a minha edição) considerações sobre a chamada crise do subprime (ie. a raiz da actual crise economico/financeira). Em particular sobre a culpa dos Governos terem influido na atribuição de crédito fácil (bonificações e tal, lembram-se?).
  • e já que se fala da crise mundial causada pela crise do subprime, é capaz de ser importante perceber como é que ela aconteceu (vídeo com desenhos). E perceber, conforme é referido, que o “turning point” que provocou a crise foi a concessão de empréstimos a quem não os podia pagar, concessão essa incentivada por governos que queriam o crédito democratizado, que todos tinham direito ao crédito. Nos EUA os bancos Fannie Mae e Freddie Mac, com o Estado como maior accionista (como a Caixa Geral de Depósitos em Portugal), foram os principais culpados por esta concessão irracional de crédito, imposta pelo governo americano (um governo socialista desde o fim da 2a Grande Guerra). Vários jornalistas (daqueles que sabem do que falam), economistas e publicações fizeram a análise e tiraram essa conclusão. E não foram só publicações americanas capitalistas, outras publicações bem mais independentes concluiram da mesma forma.
  • e se julgavam que terminava a parte “política” sem me referir às eleições, enganam-se. Refiro para dizer que vou votar CDS/PP. Não porque concorde na totalidade com as suas posições, em discordando em especial no que diz respeito ao ataque às liberdades sociais individuais (não sou católico, sou a favor do casamento civil entre pessoas do mesmo sexo, votei a favor do aborto, acho que as drogas deviam ser todas legalizadas…), mas acima de tudo porque não concordo com as posições dos partidos de esquerda, discordando em especial no que diz respeito ao ataque às liberdades económicas individuais (não gosto de ser roubado e pagar impostos para distribuir aos que não trabalham, não gosto de ser obrigado a descontar para o plano de poupança em versão pirâmide de Ponzi chamado Segurança Social, chateiam-me os subsidios dados pelo Estado a pessoas e empresas, talvez porque os tenha de pagar do meu bolso…). E porque o CDS foi o unico partido a dizer a palavra mágica: startups.

E como são 2 e meia da manhã, adeus e um queijo.

3 comments

  1. Viva,
    ia fazer um comentário, mas à medida que foi crescendo, apercebi-me que tinha que publicá-lo num post à parte. Vi o meu roll de blogues onde faço posts e nenhum encaixava-se dentro da temática. Então criei um novo blogue . Veremos se terei gosto em continuar a escrever sobre este novo blogue. Para já tem o tal comentário à afirmação provocadora (no bom sentido) de que os “States” são um estado socialista desde a 2a guerra.

    http://odiagramadavidaurbana.blogspot.com/2009/09/saudacoes-sobre-o-sub-prime-e-crise-do.html

    Cheers

  2. Adorei, adorei, adorei, a sua escrita, a maneira como fala das coisas da economia, eu nem sequer tive Finanças, quanto mais chumbar três vezes. E adorei gostar tanto da BritCom como eu :)

  3. Ah, eu estou indecisa entre o voto no CDS/PP e o BE, segundo um teste que correu a net sou politicamente centro-esquerda libertária, mas não me está a agradar nada votar no BE.