03
Mar 10

Why Twitter Won’t Endure

I remember when I first started using Twitter intensively.

I had initially registered in March 2007, when Twitter first rolled out at SXSW, just for testing out Twittervision (I found the concept interesting). I have tried most computer mediated communications applications since the late 80s, from BBS boards and chat to voice and video conferencing and going through email, Usenet, forums, blogs, etc. And so I also registered and tried out Twitter.

I didnt find it that interesting. The name itself made you thought not only of pointless chatter but also of baseline stupidity (as in “a twit”). Still, having demoed the microblogging concept to my students, I started using it intensively at the end of 2007. It was somewhat useful, as an extension of publishing your IM status or as an alternative tool for blogging, when you had some issue that didnt warrant a full blog post. This was before it started to be bastardized with the @somedimwit “invention” and becoming a worldwide chat system. I, of course, was one of the culprits.

As all CMC applications (and chat in particular) it was initially very useful and very interesting. This, like in all CMC apps, depends on the number of users on the system. And on their intelligence level. Any online public space, as soon as it gets a huge influx of newbies, very quickly turns into a “tragedy of the commons”. Case in point, the yearly September invasion of Usenet by new college students who got access to the Internet for the first time. Or the AOL invasion of Usenet and its subsequent death.

At the end of two years, in February 2009, I decided to stop using Twitter. To stop using it as a chat system, mind you. I’ve kept on publishing my status and/or use it as a microblog. Just like I do with Facebook, MySpace, Hi5 and a dozen others. I dont follow anyone and I dont reply to @ messages. Fundamentally because of what I referred above: the influx of huge amounts of clueless users (can you say Oprah and Ashton?) started to turn Twitter into a mindless chatter of dimwits, where the information to noise ratio started going down very fast. And, as all CMC apps (chat in particular), because of that Twitter started to turn into a flamewar free for all and/or bonfire of vanities.

From my experience with previous online communities and group chat systems, Twitter is a fad and isnt here to stay.

And I’m not alone.

Quoting BusinessWeek: “There simply aren’t enough new users to make up for defecting ones after a certain point,” writes David Martin, VP of Primary Research at Nielsen Online. With its current retention rate, Martin calculates the service could never reach more than 10% of the Internet population, even in a best-case scenario.

Martin also compares Twitter to Facebook and MySpace. Even in their early days, those sites had double the retention rate of Twitter when it started. Today, both hover around 70%.

If people can’t form a lasting Twitter habit, even when the site is at its trendiest, that’s the tell-tale sign of a fad.”

Like all previous online chat systems, it might look that Twitter is here to stay and that it is becoming part of the plumbing of the Internet. But thats what was thought of other technologies like Usenet, IRC or ICQ. And they all died within a few years of its peak.

Why is that? Well, for starters because any centralized system tends to fall together at the seams and be replaced by decentralized systems. In that line, IRC was 10x better than Twitter. Second, because any system that doesnt use or promote open standards tends to lose the game to, well, standards that are open. An XMPP PubSub will be well into being a Twitter-killer.

But Twitter will fail especially because it became and is becoming a tragedy of the commons. Like Clay Shirky said, “a group is its own worst enemy”. And a CMC system that doesnt provide for 1) investment in user handles; 2) members in good standing; 3) barriers to entry in participation; and 4) sparing the user from scale; will be doomed to failure, just like Usenet. And Twitter fails miserably at numbers 3 and 4. And any attempt to deal with number 1 (like the verified user strategy) just wont scale.

Since Twitter publishing is so friction free, it has become a worlwide chatter that only provides for gigantic but useless sensationalist trends. Atributing to Twitter the qualities of a “wisdom of crowds” phenomenon is a huge mistake: for wisdom to be extracted out of a crowd you must have a critical number of informed, intelligent members. Otherwise the crowd is basically an echo chamber of ignorance.

And it will only get worse. As newbie users come into the system, the problems will compound. As more users get into the system, more spammers are getting into the system. Trying to deal with the scale of the firehose using hashtags will be useless since those will start to get hijacked by said spammers. Just wait until you try to find what kind of netbook to buy for your wife at Xmas and you get overwhelmed by @replies, direct messages, hashtag hijacking and DM messages.

The only way for users to save themselves from the deluge will be to go private. Which will defeat the idea of Twitter itself and of it being representative of a wired collective voice. Indeed, that formation of private self-defined groups of trusted friends, connections and sources will be the signal of the coming fragmentation and decentralization of Twitter. And of its fall.

When you cant make out of the crowd who is Moses and who is Jim Jones either the value of the networked crowd goes to zero or the 12 tribes will get split. And a new “religion” is sure to end the Twitter consensual hallucination.

(in reply and based on the NYTimes “Why Twitter Will Endure” article)


27
Feb 10

As Escolhas do MV (XX)

Ora então esta semana a casa recomenda:

Bom apetite.


25
Feb 10

Capex e Opex nos Gastos do Estado

Há dois termos importantes na gestão das empresas: Capex e Opex.

O Opex é aquilo que a empresa tem de gastar, mês a mês (vezes 12), para poder funcionar: pagar os salários, a água e a luz, a limpeza, o contabilista, etc.

O Capex é aquilo que era bom a empresa poder gastar: uma nova fotocopiadora, um BMW novo para o gerente comercial, pintar de novo o armazém, etc. É onde se corta primeiro quando não há guito.

No orçamento Silva o Opex seriam coisas como a renda ou a prestação da casa, a escola dos putos, a água e a luz, etc. O Capex seria uma nova TV LCD, um novo carro, prendas de Natal para a família toda, uma trupe de palhaços para a festa de aniversário do mais novo, etc.

Os dinheiros que o Estado gasta também têm esta divisão: o Opex chama-se Orçamento de Estado (OE) e o Capex chama-se PIDDAC (mapas anexos ao OE).

O Opex é aquilo que tem mesmo de se gastar. O Capex é aquilo que dava jeito gastar. Forma de em 2010 (e 2011; e…) cortar uns valentes pontos percentuais nos gastos do Estado: cortar com os gastos do PIDDAC. Todos. A direito. Sem contemplações. Não há dinheiro não há palhaços.


25
Feb 10

Quem Atira a Primeira Carcaça?

1997, os almoços da Usenet – http://is.gd/97eYH
2000, os jantares do IRC – http://is.gd/97f7b
2003, os encontros de weblogs – http://is.gd/97fih
2010, leitoadas do twitter – http://is.gd/97ftf

This time I cant say I’ve been there, done that. But someone please bring me the tshirt.


23
Feb 10

Justiça sem Ministério da Justiça

Uma solução simples para acabar com os problemas da Justiça: acabar com o Ministério da Justiça.

Melhor dizendo: a forma de alterar a percepção e atribuição de problemas na Justiça em Portugal é acabar com o Ministério da Justiça.

Em Portugal, os cidadãos têm uma ideia errada do que é a Justiça. Em primeiro lugar porque acham que as responsabilidades na Justiça são apenas do Ministério da Justiça, e portanto atribuem ao Ministério a responsabilidade de todo e qualquer problema. Em segundo lugar porque acham que o Ministério da Justiça se resume às coisas dos Tribunais, sem perceber que o mesmo Ministério tem muito mais atribuições, aonde faz o seu trabalho, moderniza e faz mudanças para beneficio dos cidadãos.

O Ministério da Justiça é mais do que as coisas da Justiça dos Tribunais. Esses assuntos são tratados pela Direcção Geral da Administração da Justiça (DGAJ) a quem compete a gestão dos tribunais e a gestão do pessoal dos tribunais (exceptuando juízes e magistrados). Mas isso é cerca de metade das responsabilidades do Ministério da Justiça. A outra metade são as actividades e responsabilidades do Instituto de Registos e Notariado, a quem compete a gestão das conservatórias (civis, prediais, automóvel e comerciais), onde nos últimos anos se fizeram reformas relevantes (Empresa na Hora, Documento Unico Automovel, etc). O facto de essas reformas terem sido feitas tem a ver com a responsabilidade e autoridade do Ministério da Justiça. Que existe no caso dos Registos e Notariado, mas não existe no caso dos tribunais: nesse caso a responsabilidade é partilhada com o juízes e magistrados.

E é daqui que decorre a ideia errada referida em primeiro lugar: o cidadão acha que o Ministério da Justiça é a Justiça e acha que do Ministério da Justiça é de onde vêm todos os problemas e é de onde deveriam vir todas as soluções. O cidadão esquece-se que, num Estado de Direito, o sistema judicial (tribunais, juizes, magistrados, etc) é completamente independente do poder executivo (o Governo) e que portanto pode (e muito bem), colocar entraves à actuação do Ministério da Justiça.

Mas então, para evitar esses entraves, para garantir que o cidadão perceba que a Justiça não é o Ministério da Justiça e para se poder atribuir adequadamente as responsabilidades por qualquer problema que exista na Justiça, o melhor é acabar com o Ministério da Justiça. Isto já para não falar que essa é a forma de verdadeiramente estabelecer um Estado de Direito e a independência do poder judicial face ao poder executivo.

Isto não seria novidade nenhuma: em vários países da Europa não existe Ministério da Justiça.

As responsabilidades da DGAJ passariam a ser tuteladas pelo poder judicial (Supremo Tribunal de Justiça, Conselho Superior da Magistratura, Procuradoria Geral da República, etc). Nesse âmbito passaria a ser o poder judicial a ter responsabilidades sobre a gestão dos tribunais assim como sobre o pessoal que trabalha nos mesmos (oficiais de justiça). Também a Polícia Judiciária deveria ser tutelada apenas pelo poder judicial. As responsabilidades do IRN (com excepção do registo civil) passariam a ser atribuidas ao Ministério da Economia (empresas, prédios e carros têm mais a ver com Economia do que com Justiça). O registo civil (os BIs, Cartões do Cidadão, nascimentos, mortes, etc) passaria a ser responsabilidade do Ministério da Administração Interna, assim como as atribuições da Direcção Geral de Serviços Prisionais (ao fim e ao cabo são polícias). Outros serviços do Ministério da Justiça são também perfeitamente atribuíveis a outros Ministérios. A título de exemplo: o Instituto de Reinserção Social faria todo o sentido que fosse tutelado pelo Ministério da Segurança Social; o Instituto Nacional de Medicina Legal faria todo o sentido que fosse tutelado pelo Ministério da Saúde.

E pronto, problema resolvido. O Estado transferia verbas para o sistema judicial como faz para as autarquias. O sistema judicial era verdadeiramente independente, como manda um Estado de Direito. Juízes e magistrados passavam a poder gerir os tribunais e o pessoal como bem entendessem. E o cidadão passava a poder atribuir a responsabilidade de qualquer problema na Justiça (a lentidão por exemplo) sem ter o bode expiatório do Ministério da Justiça que neste momento vê todo e qualquer trabalho de qualidade remetido para o esquecimento apenas pela existência de problemas que muitas vezes não cria e sobre os quais não pode fazer (quase) nada.

E se calhar o cidadão começava também a perguntar-se qual a legitimidade democrática do sistema judicial, onde é que os cidadãos são tidos ou achados para escolher quem são os juízes e como chegam a cargos de relevância (nos EUA são eleitos). Ou a perguntar-se se faz sentido ter no mesmo tribunal, no mesmo edifício, juízes que julgam e magistrados que acusam, e se não faria mais sentido que o *Ministério* Público fosse…. um Ministério. Pelo menos garantia-se que o número de Ministérios se mantinha, o que é sempre uma coisa importante. Acho.