Conheço o Manuel Forjaz já vai para mais de 15 anos.
Em 93 ou 94 ele era director de marketing administrador da Bertrand. Eu e a Cristina tinhamos acabado de casar e a Cristina, embora tendo uma licenciatura em Design de Moda e uma empresa de moda (que não dava dinheiro), resolveu voltar a estudar e fazer a licenciatura em Design Gráfico (toma lá geração à rasca). Entre as aulas e a vida familiar, começou também a trabalhar como freelancer (apanha geração à rasca) e acabou por começar a trabalhar para a Bertrand, por intermédio do Manuel Forjaz. Um ano ou dois mais tarde transformou esse freelancing na Ruido Visual, empresa que ainda hoje está no activo (aguenta e não chora geração à rasca).
Eu, por meu lado, durante 1993 e 1994 era um mero bolseiro investigador no LNEC, a caminho de funcionário público portanto. Ganhava, salvo erro 112.000$ (pouco mais de 500€; sim, também eu fui um “quinhentoseurista”, encaixa geração à rasca). O que, para além de alguns trabalhos da Cristina, era o que tinhamos para viver. Isso não me impediu de, em 1994, estar em frente ao precipicio, dar um passo em frente e começar a Esoterica (vai buscar geração à rasca), pouco tempo antes da Cristina começar a Ruido Visual.
Por via do trabalho que a Cristina fazia para a Bertrand, e sabendo do que eu (Esoterica) estava a fazer, o Manuel Forjaz pediu para falar comigo. A Bertrand ia lançar um evento, chamado “Livros no Chiado”, e queria que o assunto Internet estivesse presente. Para isso ia ter postos de acesso à Internet públicos, geridos e montados pela Telepac (e a vender Netpacs), entre outras iniciativas.
Ora acontece que a Bertrand não tinha website. Isto apesar de ter pedido a construção do mesmo à Telepac, que não tinha tempo ou mãozinhas e mandava tudo para a Tinta Invisivel. O Manuel Forjaz e a Bertrand pediram por isso que construissemos o site da Bertrand. “Sim senhor, vamos a isso”. Levantamento de requisitos, protótipos, design, etc e tal, incluido uma coisa inaudita em Portugal (na altura) que era funcionalidades de loja online, de se poderem comprar livros online à Bertrand.
Dois dias antes do Livros no Chiado (onde é que eu já vi isto), o Manuel Forjaz liga-me para conversarmos. Para encurtar a história, mais uma vez: “eh pá, oh Mário, a Telepac diz que se são vocês a construir o site da Bertrand, acaba com o patrocinio ao Livros no Chiado, não podemos avançar com o site…”
Não avançámos. Se bem me lembro na altura estávamos a construir o site da Unisys e tinhamos mais que fazer. A Bertrand lá foi para o evento com um site manhoso, com meia dúzia de páginas de merda montadas por uma empresa que não era de “vão de escada” (um dia conto mais sobre esta) mas que por outro lado se comportava como um bando de mafiosos.