23
Apr 10

As Escolhas do MV (XXV)

Esta semana o panfleto sai mais cedo para me redimir dos atrasos anteriores. Uma viagem de comboio acaba sempre por ser produtiva:

  • esta semana tive mais uma das minhas ideias brilhantes (em algumas delas até tenho de usar óculos escuros…). Não sei bem que modelo de negócio é que podia usar, é mais um desafio tecnológico e se calhar com interesse para muita gente, mas que duvido que seja possivel cobrar. Anyway… o problema é que a ideia implicava testar a existência de uns 2 milhões de URLs (as in: gerar todas as combinações de letras e números em grupos de 5 ) e depois processar o resultado (as in: pattern matching e extracção de partes). Fiz 2 ou 3 scripts e acabei por chegar à conclusão que era coisa para, se cada teste demorasse 1 segundo, demorar uns 34 anos. E eu não tenho assim tanto tempo livre. Tudo isto para chamar a atenção para o 80legs, um serviço que permite a qualquer um criar o seu próprio Google. Por um preço…
  • a escolha de empreendedorismo esta semana tem que necessariamente ser o Ineo Weekend, onde estarei presente (vou neste momento no comboio). É positivo que existam neste momento vários eventos do tipo, mas essa multiplicidade também tem desvantagens, nomeadamente a fragmentação do público alvo. Era preferível que houvesse uma união de esforços mas, para variar, em Portugal todos gostam de ter a sua quintinha.
  • parece que agora está na moda andar na rua com headphones tamanho XXL e que os earplugs estão demodé. Sempre que vejo um Gen Y na rua com essa pinta retro, não sei porquê vem-me sempre à memória esse clássico que é o Wired for Sound, do Cliff Richard . Aproveitando o embalo, vale a pena também ver o remake do Living Doll (do Cliff Richard) feito com os membros da clássica britcom The Young Ones (fine! thanks Cliff!)
  • o saldo de livros esta semana é francamente negativo. Acabei de ler o HAWX da semana passada (consegue ser mais fraquinho que o ultimo album dos Metallica…) e comecei a ler e estou praticamente a acabar um livro que ganha o grande prémio Sanita de Barro Mole: Unstoppable. Raramente deixo de ler um livro até ao fim ou começo a saltar páginas. Mas este… Fica o consolo de não o ter comprado e de ter sido uma das trocas que fiz no Bookmooch.
  • olha os americanos todos preocupados com o Obama ir aumentar os imp0stos nomeadamente através da criação do IVA. Cretinos. Não sei o que é que esperavam. O salvador da pátria tem de arranjar dinheiro em algum lado para pagar um serviço público de saúde. Portanto aguenta e não chora.

Ficamos assim.


18
Apr 10

As Escolhas do MV (XXIV)

Mais uma vez um atraso no post do costume…

  • quando em 1999 troquei o PHP pelo Python a minha escolha em termos de framework de desenvolvimento foi o Zope. Depois de enormes dores de cabeça com o PHP era necessário algo que separasse o UI, a lógica e o modelo de dados. Aquilo que hoje está em voga, o MVC (embora eu prefira o modelo MVP). Usei o Zope até 2005/2006, altura em que comecei a procurar um substituto ao Python (e já sabem que é o Javascript). De qualquer forma ainda mantenho o olho nos desenvolvimentos do Zope e do Plone, e ainda não encontrei nada (tanto no Javascript como nos Rails, Django e etc desta vida) que substitua as funcionalidades do Zope (ou então que começam a implementá-las 10 anos depois). Case in point: muito pouca gente conhece o Cyn.In, uma plataforma de Groupware/CMS/SocialNetworks/Blogs. Vale a pena dar uma olhada.
  • uma forma perfeitamente legitima para arrancar com uma startup tecnológica é copiar/adaptar projectos que estejam a ter tracção nos EUA. Ficam dois links para listas de startups que estão a aquecer em Nova Iorque e em Silicon Valley
  • uma das minhas bandas preferidas que ficou dos anos 90 são os EMF. Aposto que todos conhecem o hit deles, o Unbelievable. Menos conhecidas são músicas como o Lies ou o They’re Here.
  • de livros esta semana foi fraquinha. Acabei de ler o “Microtrends” (vide semana passada) e tenho estado a ler o “Hawx” do conglomerado Tom Clancy. Já gostei mais do género. Hoje em dia gosto menos, especialmente se são escritos pelos “subtitutos” e não pelo próprio.
  • a escolha política da semana é um artigo do New York Times, com o título “The Next Global Problem: Portugal” e que já fez as rondas inclusive nas TVs. Vale a pena citar e traduzir uma parte: “para a dívida de Portugal ficar como está e se poder pagar os juros a uma taxa de 5% (com sorte…), Portugal teria de ter um superavit de 5.4% do PIB em 2012. Neste momento tem um défice de 5.2%. Ou seja, teria de crescer 10% até 2012”. As previsões de crescimento do PIB para os próximos anos é de valores inferiores a 1%….

That’s all folks!


05
Apr 10

42

Will he find the meaning of life, the universe and everything?


04
Apr 10

As Escolhas do MV (XXIII)

A semana passada também não me apeteceu muito. E também não tinha grandes sugestões. Esta semana talvez:

  • não sei qual é a loucura toda com o iPad. Os patos que os vão comprar a correr para poderem mostrar com agrado a sua adoração fanática (fashion whores) vão ser depois enganados quando sair o iPad 3GS (a versão que é igual à outra mas faz mais algumas coisas que a primeira devia fazer. Eu por mim vou esperar por um dos tablet/slates baseado em sistema Android (para quem não sabe: o sistema operativo do Google, uma versão modificada de Linux). Para além de que eu já tive um iPad há 15 anos atrás e não gostei muito.
  • alguém está a pensar montar uma startup com um produto web-based? Evitem qualquer uma destas 10 ideias.
  • a escolha musical da(s) semana(s) refere-se à minha ida ao Coliseu para ver os Tangerine Dream. Foi um bom concerto até à primeira hora. Depois até à segunda hora começou a tornar-se maçador. Quando entraram na terceira hora, vim embora. Para além da música, da tecnologia e do espectáculo visual, Iris Camaa, a louraça percussionista (vide aos 4m:44s), era quiçá impressionante. Em vários sentidos… Ninguém lhe deve ter dito que aquilo não era uma banda de hard rock.
  • as sugestões de livros são os livros consumidos durante estas 2 semanas: acabei o “The Nudist on the Late Shift”, li o “Only the Paranoid Survive”, escrito pelo big boss da Intel, e comecei e estou quase a acabar o “Microtrends: The Small Forces Behind Today’s Big Changes”. O segundo devia ser lido por muita gente que ainda não percebeu porque é que em última análise o iPhone não tem hipótese. Podem ler este sumário. Olhem bem para o terceiro gráfico, relativo à transformação de uma indústria vertical numa indústria horizontal, e tirem conclusões.
  • já recomendei aqui o livro “Economics in One Lesson”. Podem comprar mas também está disponível gratuitamente online (procurem ou vejam o post onde recomendei o livro). Se não vos apeteceu ler o livro, fiquem a saber que a lição base é a “parábola da janela partida”, criada por Bastiat. E podem ver este video com um resumo em cerca de 2 minutos e meio. Explica bem porque é que é inútil a intervenção do Estado na economia, cobrando mais impostos para criar empregos. Cria empregos de um lado mas destrói-os do outro: quem paga mais impostos contrata menos empregados ou compra menos produtos (o que faz com quem as empresas produtoras eliminem postos de trabalho).

Até à proxima semana. Pode ser que eu traga a resposta ao mistério da Vida, do Universo e tudo o Resto.


02
Apr 10

Os Iluminados, os Cépticos e a Morte do Flash

Algures a meio de 2008 tive a seguinte troca de comentários:

PauloQuerido : @mvalente tenho feito tudo em js+css: http://tinyurl.com/6b7pbz

mvalente : @PauloQuerido Nao discuto :)… Em 5 anos o Flash vai estar no mm “nicho” em q estao as Java applets (ie. +- nulo)

mvalente : Ajax Animator is nice http://antimatter15.110mb.c… It does Flash but also Processing.js+canvas. 5 years? Make it 2…

Em suma: previa que o Flash estivesse morto daí a 5 anos (2013) e depois ajustei a previsão para 2 anos (2010)

Nos 2 anos entretanto passados, não tenho perdido a oportunidade de reforçar essa opinião cada vez que apareceram novos exemplos do uso de standars como o Javascript, HTML5, CSS, SVG, etc.

Também nos 2 anos entretanto passados, não faltaram “iluminados” e cépticos a discordar, com comentários tipo “o flash vai ter sempre o seu lugar”, “not the decline of Flash as jack of all trades”, “flash has its audience and its utility”, etc, etc.

E ainda nos mesmos 2 anos, também vi muitos cépticos e “iluminados” a virarem a casaca e passarem a ser arautos das boas novas. Os maiores fanáticos são sempre os recém convertidos…

Chegamos assim a 2010. O Flash está morto? Não. Mas pelos vistos vai bem encaminhado para estar em 2013:

GwtQuake: Taking the Web to the Next Level

A verificar-se a validade deste resultado (ainda não tive oportunidade de testar, mas tudo indica que sim, dadas as várias confirmações existentes) muita gente vai ficar caladinha a assobiar para o lado, a ver se passa despercebida. Só que eu sou um arrogante e não vou perder a oportunidade de dizer “I told you so”.

Esperei de ontem até hoje para escrever sobre o assunto mas, caso isto seja mesmo uma brincadeira de 1 de Abril, é inevitável que passe a realidade mais cedo ou mais tarde. Mantenho a previsão de que o Flash vai morrer: até 2013 ainda tenho tempo para ter razão.

EDIT: “Então e o o facto de o Google Chrome passar a incorporar o Flash?”. Amigos, isso é o que se chama um reverse takeover: o Chrome garante a compatibilidade com o Flash sem ser preciso fazer o download de plugins; e assim pode esperar que os sites passem a usar o HTML5 e  quejandos; e se calhar no entretanto substitui a VM do Flash pela  VM Javascript, com render do Flash directo para Canvas. Esse, aliás, é a provavel salvação do Flash: ser um conjunto de ferramentas que permite desenvolver aplicações tendo como target JS+Canvas+SVG; na realidade o Flash não é muito mais do que isso (o ActionScript não é mais do que uma versão de Javascript)