Quando era puto queria ser astronauta. Ou então escritor. Ou professor de escola primária. Nunca me passou pela cabeça o ter negócios por conta própria ou ser empreendedor.
Longe disso. Nem sequer havia na minha família quaisquer antecedentes do tipo. Os meus pais trabalharam toda a vida na função pública. Idem a maioria dos meus tios e tias. Ou eram funcionários públicos ou trabalhadores por conta de outrém. Quando terminei a faculdade em 1992 a minha ideia era ficar a fazer trabalho académico, daí ter estado algum tempo como bolseiro-investigador no LNEC.
A entrada nesta cobóiada do empreendedorismo deu-se de forma praticamente acidental. Aconteceu assim. Embora tivesse o exemplo de empreendedorismo da Cristina, com quem tinha acabado de casar, a minha ideia continuava a ser a de fazer uma carreira académica (que não tenho deixado de prosseguir). Nunca a de ser eu próprio empreendedor. Acabei por o fazer quase como acidente de percurso. Como voluntário à força: não me deram alternativa.
Eu explico.