11
Nov 09

O Tecnologista Troglodita

Quem me conhece, em especial os amigos, têm-me em conta de ser um gajo modernaço. Sempre em cima das últimas tecnologias e tal, fã de gadgets e o camandro.

Deixem-me desiludir-vos: eu sou um troglodita tecnológico. Sou, em linguagem MBA, aquilo que designa de laggard no ciclo de adopção tecnológico.

É verdade. Gosto de saber das últimas novidades, de experimentar novas tecnologias, de testar gadgets e de fazer experiências com software. Mas quando toca a adoptar tudo isso para uso corrente, sou um sacana de um conservador reaccionário.

Vem isto a propósito do último upgrade que fiz à minha workstation cá de casa. Comecei a fazer as contas e cheguei à conclusão que tenho a mesma máquina há 8 anos. Sim, leram bem: OITO anos.

Comprei uma Dell Precision 530 algures em fins de 2001 ou inicio de 2002. Na altura custou à volta de uns €3000 (melhor do que os €5000 que me pediam a Compaq e a HP); hoje podem-se comprar por menos de €150. Na altura era uma “bomba”: duplo processador Xeon, 512MB de RAM (Rambus, RDRAM), disco SCSI 15.000 RPM e tudo o resto. Se calhar foi por ser uma bomba que durou até hoje. Funcionou sempre perfeitamente para o que eu precisava de fazer, mesmo para torrar tempo a jogar Enemy Territory ou Quake. Há uns 3 ou 4 anos atrás tive de lhe substituir a placa gráfica e o disco SCSI, porque queimaram os dois. Pus uma porcaria de uma placa gráfica qualquer de €50 e um disco IDE e tá a andar. E sempre a bombar. Mais recentemente não conseguia jogar o Combat Arms nem o Battlefield Heroes e fiz mais um upgrade: passei a RAM para 1Gb e e comprei dois discos SCSI, a juntar ao IDE. E siga para bingo, faz tudo o que preciso, inclusive os jogos.

Em termos de software (sistema operativo especialmente) a história não é muito diferente: a máquina vinha com o Windows 2000 instalado, que foi prontamente aniquilado pelo avançado e testado Windows 98. Quando saiu o XP resolvi fazer uma loucura: instalei o Windows 2000. E mudei para XP há uns 3 ou 4 anos, pouco antes de sair o Vista, que ignorei liminarmente, tanto pessoalmente como no Ministério da Justiça (as críticas foram muitas mas eu sou teimoso e tinha razão). Pode ver-se a coisa deste ponto de vista: não gosto de ser beta tester, em particular da MS.

Antes que se ponham aí os fanáticos do costume a espumar: eu tenho outras máquinas. Eu tenho aqui um servidor com Linux (acho que tem o Fedora 5 ou 6, não me apetece fazer o upgrade). Eu tenho ali um Mac Cube com o Mac OSX 10.1 (também tenho os CDs do 10.5.2 para reinstalar mas ainda não me apeteceu). Eu tenho uma NeXT a correr o NeXTStep 3.2 que é a versão de 1993 (se alguém me arranjar os CDs da 3.3 ou da 4.0 penso em fazer o upgrade, acho que já deve estar suficientemente testado).  Portanto não me chateiem e voltem lá a fazer genuflexões ao Deus da vossa escolha (não, não são esses: estou-me a referir ao Gates, ao Jobs e ao Linus).

Até à semana passada até estava satisfeito com a máquina. Fruto das muitas instalações e kitanços, a máquina às vezes arrastava-se, mas funcionava. E até já nem jogo muito (chateiam-me os gajos que têm hacks e cheats melhores que os meus). Mas comecei a pensar “eh pá, isto agora que saiu o Windows 7 deve estar na altura de fazer um upgrade”. E aqui é que houve um problema. Instalo essa porcaria do Vista? Bem pelo menos está testado, pensei eu. Ou instalo o 7 e ponho-me a jeito para ser enganado como beta tester e para ser toureado para dentro do famoso upgrade path MS?

Decidi: a última versão do Windows que entrou cá em casa e a última que usarei é o XP. Não tenho mais pachorra para as merdas da Microsoft. Tanto em termos de OS como em termos de comportamento da empresa. Nos últimos anos vi muitos comportamentos que pouco me agradaram. De um tipo equilibrado conseguiram transformar-me num tipo tendencioso. Fanático não. Vou continuar a ser amigo de quem usa Windows e até posso visitar os bairros onde moram. Mas não os ajudo mais em qualquer porra dos chliques do XP, do Vista ou do 7 ou lá do que for.

Instalei o Ubuntu 9.04. Eu sei que saiu o 9.10, mas também não gosto de ser beta tester deles. Estou satisfeito. A máquina funciona bem. Já não se arrasta. Acho que ainda deve durar 2 anos. Depois começo a pensar outra vez em comprar uma bomba qualquer (tipo 16 CPUs, 2Tb de disco, 16Gb de RAM, etc). Qualquer coisa que custe cerca de €3000. E que dê para durar mais dez anos. Cinco, pronto.


09
Nov 09

As Escolhas do MV (IX)

As escolhas este fim de semana são curtas e grossas. Primeiro porque não aconteceu grande coisa e não tenho grandes escolhas; depois porque já é Domingo.

Já está.


05
Nov 09

Estaciono que nem um Cepo

Não é meu hábito, mas este artista estava mesmo a pedi-las. Deve ser o rei dos cepos.


01
Nov 09

Hoje Não Tinha Nada Para Fazer…

… e o resultado foi este. Tinha instalado o Ubuntu 9.10 e apagado de vez o XP e olha… lembrei-me disto.

EDIT: PS – Têm de ligar os Closed Captions (CC) seus nabos…


31
Oct 09

As Escolhas do MV (VIII)

Bem, hoje já é Sábado, desculpem lá. Mas as candidaturas a fundos e as apresentações para as aulas não aparecem feitas sózinhas. Ainda liguei um microfone ao PC e disse “Alô, alô, documento das candidaturas à caixa 5 por favor”, mas não funcionou. Por isso não digam que vão daqui…

  • eu recuso-me a comprar um iPhone (ou um Mac, mas isso é outra história). Admiro muito o Steve Jobs (há muito tempo, desde que ele fazia computadores de jeito), mas recuso-me a entrar no “reality distortion halo” que ele cria ou a entrar na alucinação consensual dos recém convertidos à religião Apple. Mas mais do que isso recuso-me a jogar o jogo de uns gajos que se estão a tornar piores do que a Microsoft. Se a Microsoft aparecesse com um telemóvel que não permitia a instalação de qualquer aplicação que eu desejasse, que apenas instalava aplicações aprovadas por eles, com ferramentas proprietárias que apenas eles produzissem e vendidas numa loja gerida por eles, caía o Carmo e a Trindade. “Bandidos, malandros!”. Para os mesmos “pseudo rebeldes independentes lutadores contra o papão Microsoft” já não há problemas em terem a Apple a pegar-lhes de empurrão e a dar-lhes com o bafo quente no cachaço. Uma cambada de incoerentes morais. A diatribe vem a propósito de qual o próximo telemóvel a comprar. Recuso-me a comprar um iPhone. Andei durante os últimos 5 anos com um Nokia 6820. Muito bom. Mas estava a começar a dar o berro. Quis substitui-lo pela nova versão, o Nokia E70, um telefone a sério, daqueles que têm teclado e tudo, com uma inovação ao nível do interface que são aquelas coisas chamadas… teclas, que até chegam a fazer clique, mas nada feito, muito complicado de arranjar em Portugal. E como tinha pontos dentro do plano da empresa, acabei por ser enganado com um Nokia E71. Para o que é serve, mas quanto mais rápido puder deixar de o usar melhor. Andei bastante tempo apostado em ter um Google phone (na realidade um telemóvel normal com o sistema operativo Android, desenvolvido pelo Google). Mas as várias versões que sairam eram fraquinhas, o sistema lento e os telemóveis também. A minhas escolha foi o Palm Pre: sistema Linux, desenvolvimento em standards (HTML/CSS/JS), porreiro pá. Fiz o pré registo na Expansys. Já não bastavam os vários reports a dizer que o Pre era lento comó caraças ainda por cima esta semana chega o email da Expansys a dizer “ah e tal podemos entregar já mas é um Pre com teclado QWERTZ e não QWERTY, queres esperar por esse?”. Porra!, pois claro que quero, é suposto o quê, passar a fazer de conta que sou alemão? Azar dos azares: esta semana foi um sururu com o novo Motorola Droid. Parece que é bom. O Motorola Cliq também não parece mau, mas tá feito: o que eu quero é um Droid.
  • há para aí muita malta que acredita no bullshit do Calacanis acerca das “zero cost startups”. Daqui do alto da minha arrogância proclamo que o Calacanis me pode beijar o proverbial rabo. É muito fácil inventar ideias “disruptivas” depois de ter sacado 25 ou 30 milhões pela venda da Weblogs à AOL. Se o Calacanis é assim tão visionário, porque é que não começou a Mahalo com zero dólares? Porque é que teve de levantar 16 milhões de dólares para a criar? Só se os 16M forem para dar festas e pagar em gelados à malta que tem de trabalhar à borla para que a startup seja “zero cost”. Enfim, acreditem no que quiserem, mas vale a pena ler o ponto de vista oposto e que não é escrito por nenhum hustler nem nenhum vendedor da banha da cobra.
  • fica um bocado mal dizer que passei a semana outra vez a ouvir maioritariamente o canal Space Channel da DI.fm. Mas é a verdade. Minoritariamente, para fazer boot ao cérebro e para desenjoar, andei a re-ouvir a minha colecção de mashups. A BootieUSA é um bom fornecedor de MP3 do género.
  • a maior parte dos mashups tem só a parte audio. Já há alguns mashups em MP3 que foram aproveitados para fazer o mashup do vídeo. Dois bons exemplos tanto do mashup audio como do mashup video: Detoxic (Britney Spears vs Amy Winehouse) e Pink Wedding (Billy Idol  vs Pink). Isto são bons exemplos. Depois há coisas que são completamente imorais (where is your GOD NOW?!?!)
  • isto de filmes anda fraco. Posso dizer-vos que tenho ali a série do Wind in the Willows e praticamente ainda não lhe pus a vista em cima.
  • de livros também não anda famoso. Também tenho ali para ler o The Willows in Winter que recebi do Bookmooch e tá difícil.
  • a capa do Público da passada 5a feira dia 29/10 resume de forma sintética os últimos 70 anos da governação de Portugal.

E pronto, tá feito.