28
Nov 09

As Escolhas do MV (XI)

Entretenimento para um fim de semana prolongado:

  • isto às vezes pode dar jeito. Em vez de instalar um interpretador/compilador para testar meia duzia de linhas de código, é usar o Ideone. Executable pastebin, any language, nuff said.
  • porque é que há cidades que são mais empreendedoras do que outras? É a pergunta e um artigo  do New York Times. Raciocinio interessante, aplicável também aos países. Em suma o autor (um economista) chega a algumas conclusões interessantes e se calhar contra-intuitivas. Uma delas: um aumento de 10% no número de empresas por trabalhador (mais empregadores potenciais portanto) em 1977 está associado com um crescimento de 9% no número de empregos entre 1977 e 2000. Ou seja, mais empresas, mais emprego. O que parece óbvio, com uma excepção: não têm necessariamente de ser novas empresas. Essa é uma outra conclusão: um decréscimo de 10% no tamanho médio das empresas está associado a um aumento de 6.5% e 4.5% na rapidez com se obtém um emprego (em empresas novas e em empresas existentes, respectivamente). Ou seja: quanto maiores são as empresas existentes numa cidade ou país, e portanto menor o número de empresas por trabalhador, menor é o empreendedorismo nesses locais, mas lento é o processo de empregabilidade e menor é o sucesso dessa cidade ou país. Ou dito em economês, alguns gigantes verticalmente integrados numa cidade/país eliminam o empreendedorismo e a inovação. O que só vem confirmar algo que digo há muito tempo: os maiores culpados da falta de empreendedorismo e de inovação em Portugal são empresas como a PT. Secam o mercado de talento acenando com lugarzinhos seguros e uns salários confortáveis.
  • quando chega o Outono/Inverno saco sempre dos álbuns dos meus caros Jethro Tull. Grandes tempos que passei a ouvir o “Songs from the Wood” e a ler o Hobbit e o Senhor dos Anéis (já lá vai para 1985 ou 1987). O álbum “Heavy Horses” é um dos meus preferidos, nomeadamente a canção “Heavy Horses” (há o video mas o link tem a letra do poema que mostra a capacidade do Ian Anderson em escrevê-los e mostra também a sua faceta de criador de cavalos). A música “Songs from the Wood” do álbum com o mesmo título também é magistral.
  • o vídeo desta semana é para fazer o revival de uma música de Frank Zappa, “Valley Girl“. Tem a curiosidade de ser cantada pela filha Moon Zappa e ter o Steve Vai na guitarra. E também tem uma letra hilariante
  • esta semana cinema também não. Ontem apanhei num canal qualquer o “Clockwork Orange”, um dos meus filmes preferidos. Ainda vi um bocado. Fica o link para o trailer.
  • estou a ler o “Collapse: How Societies Choose to Fail or Succeed“. Ainda não acabei. Lê-se bem, mas o tema é denso. E, não quero dizer assustador, mas pelo menos preocupante.
  • em tempos em que se fala tanto de mais impostos, mais taxas de Segurança Social, mais programas de investimento público, mais desemprego, etc, etc, vale sempre a pena ler e ver aquilo que já é sabido há muito tempo: as falácias por trás dos argumentos a favor de políticas públicas. Assim em vídeo é mais fácil para as pessoas e os políticos que não querem gastar tempo a ler 1 ou 2 capítulos do livro “Economia Numa Única Lição” (pdf)

Agora vou ver o Jornal da 1h (com o gajo a fazer desenhos nos jornais) e as “Mentes Criminosas”.

Collapse: How Societies Choose to Fail or Succeed

Collapse: How Societies Choose to Fail or Succeed

25
Nov 09

Blogdot e dAaZ

Andava para aqui às voltas a pôr ficheiros e discos em ordem e fui dar com umas relíquias que me trouxeram algumas recordações…

Aqui há uns anos atrás (2002/2003), depois dos vários trabalhos feitos para terceiros (Telecel, Oni, Cabovisão) pela RVTI, resolvemos lançar dois projectos próprios: o Blogdot e o dAaZ (lê-se “de A a Z”).

O primeiro era um engine de blogs, algo semelhante ao Blogger ou ao WordPress, permitindo a qualquer pessoa criar e gerir o seu próprio blog. O segundo era uma espécie de CMS on-demand, uma mistura de blogspot+flickr+youtube, que permitia a qualquer pessoa criar um site especializado sobre um determinado assunto (ex: jogos.daaz.pt) e colocar e gerir conteudos nesse site.

Tanto um como outro tinham algumas coisas com piada. Tinham por exemplo a possibilidade de se poder editar as CSS do lado do browser, comunicando as alterações ao servidor imediatamente (aka AJAX). Tinham também a inusitada característica de não usarem TABLEs para layout, sendo feitos exclusivamente à força de DIV e CSS. Uma modernice, que até deu para algumas cómicas discussões com os habituais velhos do Restelo. Que hoje devem ser uns zelotas do “tableless”… E tinham para além disso a característica de não serem feitos com HTML standard mas sim com uma linguagem XML que inventámos (à qual chamámos ZML, Zope Markup Language). Podem fazer o View Source das páginas e depois ver a relação com as actuais definições do HTML5.

Sucesso não houve. Em pleno rebentar da bolha dot.com não era a melhor altura para lançar projectos. E as ideias e tecnologias usados provavelmente estavam foram de tempo. Oh well…

Hoje ainda tentei por de pé os sites com os backups que tinha para aqui, mas nada feito. Entre actualizações de sistemas operativos, de linguagens e de bases de dados, é praticamente impossivel fazê-lo sem reescrever montes de linhas de código ou sem replicar os ambientes originais com versões antigas do software de suporte (RedHat, Python 2.1, Zope 2.5, Berkeley DB ‘não me lembro’…). Valhe-nos o archive.org para “mais tarde recordar”. Já não há muito a fazer relativamente ao dominio blogdot.org (taken) mas como tenho a marca registada DAAZ, um dia destes ainda re-registo o daaz.pt…


21
Nov 09

As Escolhas do MV (X)

Na 6ª feira passada não houve escolhas porque tive de ir aturar isto. Ainda pensei que me safava com o Prado mas fui bem enganado. O Louvre é 10x melhor: mais variedade, mais qualidade e mais quantidade. E o Reina Sofia também é uma bela porcaria. OK, tem uns Dali, uns Picasso e uns Miró. Tem o Guernica. Mas tirando isso mais de metade do museu é daquelas obras “artisticas” de esquerda-liberal (“instalações”), tipo um sapato colado à parede com uma moldura à volta. Para mim não cola. Devo ser uma besta. Ou então é porque não tenho pretensões a intelectual de esquerda, não estou para fingir que “entendo” os “sentimentos do artista” e não tenho problema em dizer que é uma merda.

  • há gente com muito tempo para desperdiçar e há malucos para tudo: um relógio digital feito apenas com scrollbars e Javascript. Pointless but funny.
  • um bom conselho não só para empreendedores e startups mas também para o geral da “classe trabalhadora” (na Europa e em Portugal em particular): ou começam a dar o litro ou vamos ser papados pelo Leste, pelos Chineses e por todos os que podem e querem trabalhar a sério.
  • álbum número 2 Billboard, número 1 Rock e Hard Rock, número 5 na Europa, top 10 em vários países da Europa, número 7 no Brasil… É preciso dizer mais? Ah, é: e em Portugal? Ah não que somos todos muito inteligentes e intelectuais.
  • não há muita coisa da música nova (pós 2000) que me surpreenda. Vi o vídeo “That Golden Rule” dos Biffy Clyro e fiquei bem impressionado, particularmente a partir dos 2 minutos e 8 segundos. Estes tipos andam a ver Rush demais. Para além destes artistas, andei a ver se me actualizava em termos de novas bandas de glam metal. Diz que o género está numa fase de retro revival. Um dia destes ponho aqui fotos minhas da época… Há algumas bandas giras, mas gostei mesmo foi dos Dirty Penny; Motley Crue + Poison parte II FTW!…
  • esta semana(++) não há cinema, há séries TV: já estava a sentir falta de acabar a noite com a melhor série que por aí anda desde o Twin Peaks. Esqueçam lá essas parvoeiras do Prison Break e do 24H e outras mariquices do género. Criminal Minds é o que está a dar.
  • vale a pena ler o “Bringing Down the House“. É a história de um grupo de estudantes e professores do MIT que se põe a “limpar” casinos a jogar blackjack, aplicando técnicas matemáticas estatísticas. Agora já sei o que vou fazer quando for apanhar secas para o casino.
  • chamem-lhes “malucos”, “incendiários” e “pessimistas”. O facto é que estes senhores têm razão: o principal problema de Portugal é a III República e a sua Constituição bacoca, socialista, parola e demodé. É uma Constituição de um país africano de 3º mundo deslumbrado com o sol comunista. Ou o sistema político tem a capacidade de criar uma nova Constituição, referendá-la e fundar a IV República, ou então um dia destes alguém o faz de forma violenta. Seja o povo, os militares ou a Espanha. Sim, sou um cabrão reacionário.

E ficamos assim. Desta vez consegui começar antes da meia noite e acabar pouco depois.


18
Nov 09

Infografia Sobre o Estado do Estado

O meu pequeno contributo para identificar os problemas da República Portuguesa e o actual estado das coisas. O diagrama baseia-se na separação de poderes e no sistema de “Freios e Contrapesos”(!) (Checks and Balances). As caixas são os vários actores do panorama político e as setas identificam quem responde perante quem.

O truque para chegar ao nirvana metafísico é identificar quem não responde perante ninguém; logo não é responsabilizado, não pode ser responsabilizado e é portanto irresponsável.


17
Nov 09

Gold

Há quase 2 anos atrás ( http://mvalente.eu/2008/01/24/gold-in-them-thar-hills/ ) eu tinha razão ( http://www.goldprice.org/gold-price-history.html#2_year_gold_price )… para variar.