19
Dec 09

As Escolhas do MV (XIV)

Desta vez comecei mais cedo, acho que vai dar para postar antes da meia noite:
  • a tecnologia é uma coisa muito bonita. Serve para uma carrada de coisas, é preciso é ter uma visão geral dela e perceber quais as tecnologias que podem ser uma vantagem quando aplicadas ao “negócio”. Isto é um dos conceitos base que tentamos ilustrar nas aulas de MIS (Management Information Systems). O “negócio” também pode ser, por exemplo, a Administração Pública ou a Justiça. Isto vem a propósito de não conseguir perceber tanto problema com as fugas de informação do Ministério Público e dos Tribunais. É que existe tecnologia para identificar os tipos de papel. Existe tecnologia para perceber em que impressora foi impresso um documento. Existe tecnologia para tornar cada cópia de um documento numa versão única, conforme a quem for distribuido (e, antes que perguntem, resistente a fotocópia). Simples. Só é preciso que as tecnologias sejam aceites por quem de direito e que quem de direito esteja disposto a alterar os processos de trabalho arcaicos.
  • para os empreendedores fica o link para um artigo com uma lista resumo dos melhores conselhos para empreendedores que existem na web.
  • um dos subgéneros musicais que sempre curti é o chamado funk metal, uma mistura (óbvio) de funk e de hard rock ou heavy metal. E quem melhor que uma banda de não-caucasianos “to funk you up”? Apresento-vos os Living Colour. É ouvi-los em versão mais funk do que metal no “Love Rears Its Ugly Head”. Ou, em versão mais metal do que funk, no “Cult of Personality” (letra dedicada aos “iluminados” em Copenhaga). Se não gostam nem de funk nem de metal, devem ser uns “bóbinhos” que gramam coisas tipo Soul ou Calypso. Então tomem lá o “Glamour Boys” (“I’M FIERCE!”) que os meninos também tocam disso. Isto vem a propósito do facto que os vou ver na próxima 3a feira no Santiago Alquimista. Caso não tenham reparado, o vocalista Corey canta pra catano.
  • para vídeos fiquem-se lá com o de outra banda de rock (rock cristão; sim, também há sem ser coisas do Demo) com um vocalista que também canta comó catano: Stryper, Calling on You. Validem lá o catano e o cristão nesta música: Jesus Makes Me Wanna Sing. Ou ponham lá um dos meninos do Ídolos a cantar o Honestly.
  • com esta história de Copenhaga não paro de me espantar com a pretenciosidade da raça humana. Não só estamos convencidos que as merdas que fazemos afectam o planeta, como adicionalmente estamos convencidos que podemos fazer alguma coisa para alterar o clima do planeta. Eu não estou convencido. Nós ao pé das baratas somos uns tansos. Plâncton então nem se fala. As emissões de CO2 de vulcões põem essa história dos carros a um canto. Mas isto é sabido. É conhecido. Há até cientistas que escondem o facto de a temperatura média do planeta estar a descer. Já há uns anos que saiu um livro chamado “The Skeptical Environmentalist” que demonstrou a tanga ecologista. Ah, convém dizer: o autor ERA um ecologista.
  • com mais uma falha de um banco, a crise do Dubai e os problemas da Grécia, voltou a ser moda vilipendiar o capitalismo. As pessoas não percebem ou não querem perceber que a razão da crise do subprime (subprime = empréstimos a pessoas que não os podiam pagar) foi devida a políticas socialistas. É que o crédito para a habitação tinha de ser democrático, toda a gente tem direito a uma casa. E os bancos foram pressionados a emprestar dinheiro. Quem não se lembra das famosas “taxas bonificadas”. O mais ridículo disto tudo é que o governo socialista dos EUA (sim, o Bush era socialista) foi avisado por Ron Paul, um dos candidatos à presidência nas últimas eleições. Vale a pena citar uma parte acerca do estado dos bancos Fannie Mae e Freddy Mac (bancos do Estado, a CGD lá do sitio): “by transferring the risk of a widespread mortgage default, the government increases the likelihood of a painful crash in the housing market”. Isto foi escrito em 2003, 5 anos antes da crise do subprime. A propósito das últimas eleições americanas: está quase a fazer 1 ano. Então Obama, o salvador da Humanidade e arredores, ainda não fez nada? Em 1 ano o gajo ia partir a loiça toda. Até agora zero. Até a esquerda americana já se está a chatear com o homem.

AH! Desta vez foi antes da meia noite (23:49)!


14
Dec 09

E Se Alguém Copia a Ideia?

É o meu último artigo no site da Maverick. Só achei que deviam saber.


08
Dec 09

As Escolhas do MV (XII)

Este fim de semana foi complicado, entre jantares de família e aulas para dar não consegui fazer o post. Não faz mal que amanhã é feriado:
  • o link te tecnologia para esta semana é, para variar, sobre a ascendência cada vez maior do Javascript. Não só o JS está a ter enorme tracção do lado do servidor (como alternativa aos PHP, Perl, Rubys e Pythons desta vida) como todos os dias vemos desenvolvimentos inesperados do lado do cliente (browser). Do lado do servidor esta tem sido a semana do Node.js. Um dos criadores do Django (Python) considera o Node.js como “the most exciting new project I’ve come across in quite a while“. O número de projectos que o usam tem crescido de forma muito rápida e até estou a ver se faço o port do meu próprio framework para o Node.js (si, também tenho um, isto é como as opiniões). Do lado do cliente, o Effect, uma biblioteca para criação de jogos em Javascript, vem mostrar que estavam errados aqueles que me diziam há uns tempos atrás (quando eu aturava a Twitter-Whine-o-Sphere) que o JS nunca substituiria o Flash e que o Flash sempre seria necessário. Eat me.
  • como esta semana não tenho nenhum link sobre empreendedorismo, fica um muito inspirador da mesma semana de há 1 ano atrás: Soon It Will Be Time to Start Over, Again.
  • gosto de música; gosto de showbiz (been there, done that and didnt get the tshirt). Por isso gosto de ver os Ídolos. Quanto mais não seja farto de me rir com o Manuel Moura Santos. Aquilo é um baixar barrote de 4×4 como se não houvesse amanhã. Tenho pena de duas coisas:  de serem só músicas gayzolas e de ser tudo com a porcaria das músicas pré-gravadas. Custava muito ter lá uma banda ao vivo? Não. Acredito que já custava um bocado mais deixar a rapaziada escolher as próprias músicas. Na volta ainda lá aparecia um gajo a querer cantar rock a sério e isso não pode ser porque é barulho e Portugal é um país da esquerda-intelectual. Vá, vão lá ver o Ari Koivunen, vencedor do Ídolos na Finlândia, a debitar o Perfect Strangers dos Deep Purple.
  • os vídeos desta semana são de um vocalista de uma banda que eu nem gramo muito: os Led Zeppelin. Sim, sacrilégio, eu sei. Mas são uns chatos. Aquela coisa do Stairway to Heaven devia ser proibida, principalmente aos bazarocos que a tocam mal pegam numa guitarra (então nas lojas de instrumentos é um regalo). Já adivinharam, Robert Plant. O gajo tem uns álbuns a solo muito bons e que felizmente não soam nada a Led Zeppelin. Fica a chamada de atenção para os vídeos de duas músicas do álbum “Now and Zen“: Ship of Fools e Heaven Knows (“you were pumping iron as I was pumping irony”;”see the white of their eyes and shoot, with all the romance of the Tonton Macoute”). Olha, de caminho aproveitem e vejam o vídeo do “Wait for You” da banda do filho do Jason Bonham.
  • acho que vou deixar de sugerir links para cinema. Gosto de cinema, mas não gosto de ir ao cinema. São coisas diferentes. Quanto a sugestões vão ao Jinni.
  • ainda estou a ler o Collapse. Como sugestão fica o meu livro favorito: “Zen and the Art of Motorcycle Maintenance” (não tem nada a ver com Zen nem com motos; mais ou menos…)
  • continua-se a falar de mais impostos e de mais Estado social. A minha recomendação é ler estes três artigos: “Taxes: Politicians Acting Like Bank Robbers“, “Don’t Save Social Security” e “Minimum Wage Should Be Repealed“.

E, para variar, vou ver o Mentes Criminosas.


28
Nov 09

As Escolhas do MV (XI)

Entretenimento para um fim de semana prolongado:

  • isto às vezes pode dar jeito. Em vez de instalar um interpretador/compilador para testar meia duzia de linhas de código, é usar o Ideone. Executable pastebin, any language, nuff said.
  • porque é que há cidades que são mais empreendedoras do que outras? É a pergunta e um artigo  do New York Times. Raciocinio interessante, aplicável também aos países. Em suma o autor (um economista) chega a algumas conclusões interessantes e se calhar contra-intuitivas. Uma delas: um aumento de 10% no número de empresas por trabalhador (mais empregadores potenciais portanto) em 1977 está associado com um crescimento de 9% no número de empregos entre 1977 e 2000. Ou seja, mais empresas, mais emprego. O que parece óbvio, com uma excepção: não têm necessariamente de ser novas empresas. Essa é uma outra conclusão: um decréscimo de 10% no tamanho médio das empresas está associado a um aumento de 6.5% e 4.5% na rapidez com se obtém um emprego (em empresas novas e em empresas existentes, respectivamente). Ou seja: quanto maiores são as empresas existentes numa cidade ou país, e portanto menor o número de empresas por trabalhador, menor é o empreendedorismo nesses locais, mas lento é o processo de empregabilidade e menor é o sucesso dessa cidade ou país. Ou dito em economês, alguns gigantes verticalmente integrados numa cidade/país eliminam o empreendedorismo e a inovação. O que só vem confirmar algo que digo há muito tempo: os maiores culpados da falta de empreendedorismo e de inovação em Portugal são empresas como a PT. Secam o mercado de talento acenando com lugarzinhos seguros e uns salários confortáveis.
  • quando chega o Outono/Inverno saco sempre dos álbuns dos meus caros Jethro Tull. Grandes tempos que passei a ouvir o “Songs from the Wood” e a ler o Hobbit e o Senhor dos Anéis (já lá vai para 1985 ou 1987). O álbum “Heavy Horses” é um dos meus preferidos, nomeadamente a canção “Heavy Horses” (há o video mas o link tem a letra do poema que mostra a capacidade do Ian Anderson em escrevê-los e mostra também a sua faceta de criador de cavalos). A música “Songs from the Wood” do álbum com o mesmo título também é magistral.
  • o vídeo desta semana é para fazer o revival de uma música de Frank Zappa, “Valley Girl“. Tem a curiosidade de ser cantada pela filha Moon Zappa e ter o Steve Vai na guitarra. E também tem uma letra hilariante
  • esta semana cinema também não. Ontem apanhei num canal qualquer o “Clockwork Orange”, um dos meus filmes preferidos. Ainda vi um bocado. Fica o link para o trailer.
  • estou a ler o “Collapse: How Societies Choose to Fail or Succeed“. Ainda não acabei. Lê-se bem, mas o tema é denso. E, não quero dizer assustador, mas pelo menos preocupante.
  • em tempos em que se fala tanto de mais impostos, mais taxas de Segurança Social, mais programas de investimento público, mais desemprego, etc, etc, vale sempre a pena ler e ver aquilo que já é sabido há muito tempo: as falácias por trás dos argumentos a favor de políticas públicas. Assim em vídeo é mais fácil para as pessoas e os políticos que não querem gastar tempo a ler 1 ou 2 capítulos do livro “Economia Numa Única Lição” (pdf)

Agora vou ver o Jornal da 1h (com o gajo a fazer desenhos nos jornais) e as “Mentes Criminosas”.

Collapse: How Societies Choose to Fail or Succeed

Collapse: How Societies Choose to Fail or Succeed

25
Nov 09

Blogdot e dAaZ

Andava para aqui às voltas a pôr ficheiros e discos em ordem e fui dar com umas relíquias que me trouxeram algumas recordações…

Aqui há uns anos atrás (2002/2003), depois dos vários trabalhos feitos para terceiros (Telecel, Oni, Cabovisão) pela RVTI, resolvemos lançar dois projectos próprios: o Blogdot e o dAaZ (lê-se “de A a Z”).

O primeiro era um engine de blogs, algo semelhante ao Blogger ou ao WordPress, permitindo a qualquer pessoa criar e gerir o seu próprio blog. O segundo era uma espécie de CMS on-demand, uma mistura de blogspot+flickr+youtube, que permitia a qualquer pessoa criar um site especializado sobre um determinado assunto (ex: jogos.daaz.pt) e colocar e gerir conteudos nesse site.

Tanto um como outro tinham algumas coisas com piada. Tinham por exemplo a possibilidade de se poder editar as CSS do lado do browser, comunicando as alterações ao servidor imediatamente (aka AJAX). Tinham também a inusitada característica de não usarem TABLEs para layout, sendo feitos exclusivamente à força de DIV e CSS. Uma modernice, que até deu para algumas cómicas discussões com os habituais velhos do Restelo. Que hoje devem ser uns zelotas do “tableless”… E tinham para além disso a característica de não serem feitos com HTML standard mas sim com uma linguagem XML que inventámos (à qual chamámos ZML, Zope Markup Language). Podem fazer o View Source das páginas e depois ver a relação com as actuais definições do HTML5.

Sucesso não houve. Em pleno rebentar da bolha dot.com não era a melhor altura para lançar projectos. E as ideias e tecnologias usados provavelmente estavam foram de tempo. Oh well…

Hoje ainda tentei por de pé os sites com os backups que tinha para aqui, mas nada feito. Entre actualizações de sistemas operativos, de linguagens e de bases de dados, é praticamente impossivel fazê-lo sem reescrever montes de linhas de código ou sem replicar os ambientes originais com versões antigas do software de suporte (RedHat, Python 2.1, Zope 2.5, Berkeley DB ‘não me lembro’…). Valhe-nos o archive.org para “mais tarde recordar”. Já não há muito a fazer relativamente ao dominio blogdot.org (taken) mas como tenho a marca registada DAAZ, um dia destes ainda re-registo o daaz.pt…