09
May 10

As Escolhas do MV (XXVI)

Ando completamente relapso mas, entre sprints na Rua do Salitre e administradores que boicotam reuniões do Conselho indo para o hospital, não foi uma semana fácil e a vontade foi pouca. Sem mais delongas:

  • na semana passada, no Ignite, algumas pessoas perguntaram-me o que é que tinha usado para fazer a minha apresentação. Resposta: o Prezi. A referida apresentação está aqui e podem também ver a apresentação que usei na minha defesa de tese de mestrado.
  • no atrás referido evento, tive a oportunidade de ver apresentações de projectos de algumas startups portuguesas. Fiquei bastante bem impressionado com algumas das tecnologias e algumas das apresentações. No entanto, e tendo em conta o tema da minha apresentação, era boa ideia que alguns desses projectos (ou quaisquer outros) dessem uma olhada no que é verdadeiramente uma inovação ou uma tecnologia disruptiva. Um produto que é ligeiramente diferente não é uma inovação (alguns chamam a isso uma “inovação incremental” mas eu não concordo). Uma verdadeira inovação é um produto ou tecnologia que permite aceder a um mercado muito maior, 10x maior. Tipicamente um mercado que não pode comprar um produto semelhante por ser demasiado caro. A segunda caracteristica de uma verdadeira inovação é precisamente o preço; por ser 10x menos é que um mercado muito maior pode ser criado. A terceira caracteristica é contra-intuitiva: o produto inovador inicialmente é pior. Seja porque é mais simples ou porque é mais lento, menos perfeito, menos preciso, etc. É isso que lhe permite apanhar os players estabelecidos na contracurva. A única forma de concorrer não é tentando copiar os players existentes e adicionar mais um “bocadinho”. Também se pode concorrer pegando num produto existente e subtrair bocadinhos (ie. mais simplicidade, menos preço, etc).
  • a certa altura da minha vida tinha oportunidade de chegar a casa às tantas da manhã e ainda ficar a ver o Chillout Zone no VH1/MTV, não tanto pela música mas mais pelos videos. Até aí eu era mais rock, embora também gostasse de coisas tipo Jean Michel Jarre ou Kraftwerk. Mas a partir daí comecei a ouvir mais coisas tipo chillout/ambient, especialmente quando estou a trabalhar (o headbanging não é compativel). Fiquem-se com um site que tem as playlists todas do Chillout Zone, e com a minha selecção de videos retirados desss playlists.
  • o livro lido até ao fim nestes últimos dias foi o VC Way. O livro que deixei a meio foi o Utopia (Thomas More) que consegue ser um chorrilho de dogmas socialistas/colectivistas ainda maior do que o que eu imaginaria. A meio estão o Winning Angels e a Antologia Comemorativa da Colecção Xis (tenho a colecção toda, assim como a do Vampiro, heranças do meu pai).
  • ainda bem pá, que o 25 de Abril acabou com essas fantochadas do Fado, Futebol e Fátima. Hoje os portugueses já não são enganados por esse tipo de propaganda fascista.

That’s all folks…


23
Apr 10

As Escolhas do MV (XXV)

Esta semana o panfleto sai mais cedo para me redimir dos atrasos anteriores. Uma viagem de comboio acaba sempre por ser produtiva:

  • esta semana tive mais uma das minhas ideias brilhantes (em algumas delas até tenho de usar óculos escuros…). Não sei bem que modelo de negócio é que podia usar, é mais um desafio tecnológico e se calhar com interesse para muita gente, mas que duvido que seja possivel cobrar. Anyway… o problema é que a ideia implicava testar a existência de uns 2 milhões de URLs (as in: gerar todas as combinações de letras e números em grupos de 5 ) e depois processar o resultado (as in: pattern matching e extracção de partes). Fiz 2 ou 3 scripts e acabei por chegar à conclusão que era coisa para, se cada teste demorasse 1 segundo, demorar uns 34 anos. E eu não tenho assim tanto tempo livre. Tudo isto para chamar a atenção para o 80legs, um serviço que permite a qualquer um criar o seu próprio Google. Por um preço…
  • a escolha de empreendedorismo esta semana tem que necessariamente ser o Ineo Weekend, onde estarei presente (vou neste momento no comboio). É positivo que existam neste momento vários eventos do tipo, mas essa multiplicidade também tem desvantagens, nomeadamente a fragmentação do público alvo. Era preferível que houvesse uma união de esforços mas, para variar, em Portugal todos gostam de ter a sua quintinha.
  • parece que agora está na moda andar na rua com headphones tamanho XXL e que os earplugs estão demodé. Sempre que vejo um Gen Y na rua com essa pinta retro, não sei porquê vem-me sempre à memória esse clássico que é o Wired for Sound, do Cliff Richard . Aproveitando o embalo, vale a pena também ver o remake do Living Doll (do Cliff Richard) feito com os membros da clássica britcom The Young Ones (fine! thanks Cliff!)
  • o saldo de livros esta semana é francamente negativo. Acabei de ler o HAWX da semana passada (consegue ser mais fraquinho que o ultimo album dos Metallica…) e comecei a ler e estou praticamente a acabar um livro que ganha o grande prémio Sanita de Barro Mole: Unstoppable. Raramente deixo de ler um livro até ao fim ou começo a saltar páginas. Mas este… Fica o consolo de não o ter comprado e de ter sido uma das trocas que fiz no Bookmooch.
  • olha os americanos todos preocupados com o Obama ir aumentar os imp0stos nomeadamente através da criação do IVA. Cretinos. Não sei o que é que esperavam. O salvador da pátria tem de arranjar dinheiro em algum lado para pagar um serviço público de saúde. Portanto aguenta e não chora.

Ficamos assim.


18
Apr 10

As Escolhas do MV (XXIV)

Mais uma vez um atraso no post do costume…

  • quando em 1999 troquei o PHP pelo Python a minha escolha em termos de framework de desenvolvimento foi o Zope. Depois de enormes dores de cabeça com o PHP era necessário algo que separasse o UI, a lógica e o modelo de dados. Aquilo que hoje está em voga, o MVC (embora eu prefira o modelo MVP). Usei o Zope até 2005/2006, altura em que comecei a procurar um substituto ao Python (e já sabem que é o Javascript). De qualquer forma ainda mantenho o olho nos desenvolvimentos do Zope e do Plone, e ainda não encontrei nada (tanto no Javascript como nos Rails, Django e etc desta vida) que substitua as funcionalidades do Zope (ou então que começam a implementá-las 10 anos depois). Case in point: muito pouca gente conhece o Cyn.In, uma plataforma de Groupware/CMS/SocialNetworks/Blogs. Vale a pena dar uma olhada.
  • uma forma perfeitamente legitima para arrancar com uma startup tecnológica é copiar/adaptar projectos que estejam a ter tracção nos EUA. Ficam dois links para listas de startups que estão a aquecer em Nova Iorque e em Silicon Valley
  • uma das minhas bandas preferidas que ficou dos anos 90 são os EMF. Aposto que todos conhecem o hit deles, o Unbelievable. Menos conhecidas são músicas como o Lies ou o They’re Here.
  • de livros esta semana foi fraquinha. Acabei de ler o “Microtrends” (vide semana passada) e tenho estado a ler o “Hawx” do conglomerado Tom Clancy. Já gostei mais do género. Hoje em dia gosto menos, especialmente se são escritos pelos “subtitutos” e não pelo próprio.
  • a escolha política da semana é um artigo do New York Times, com o título “The Next Global Problem: Portugal” e que já fez as rondas inclusive nas TVs. Vale a pena citar e traduzir uma parte: “para a dívida de Portugal ficar como está e se poder pagar os juros a uma taxa de 5% (com sorte…), Portugal teria de ter um superavit de 5.4% do PIB em 2012. Neste momento tem um défice de 5.2%. Ou seja, teria de crescer 10% até 2012”. As previsões de crescimento do PIB para os próximos anos é de valores inferiores a 1%….

That’s all folks!


05
Apr 10

42

Will he find the meaning of life, the universe and everything?


04
Apr 10

As Escolhas do MV (XXIII)

A semana passada também não me apeteceu muito. E também não tinha grandes sugestões. Esta semana talvez:

  • não sei qual é a loucura toda com o iPad. Os patos que os vão comprar a correr para poderem mostrar com agrado a sua adoração fanática (fashion whores) vão ser depois enganados quando sair o iPad 3GS (a versão que é igual à outra mas faz mais algumas coisas que a primeira devia fazer. Eu por mim vou esperar por um dos tablet/slates baseado em sistema Android (para quem não sabe: o sistema operativo do Google, uma versão modificada de Linux). Para além de que eu já tive um iPad há 15 anos atrás e não gostei muito.
  • alguém está a pensar montar uma startup com um produto web-based? Evitem qualquer uma destas 10 ideias.
  • a escolha musical da(s) semana(s) refere-se à minha ida ao Coliseu para ver os Tangerine Dream. Foi um bom concerto até à primeira hora. Depois até à segunda hora começou a tornar-se maçador. Quando entraram na terceira hora, vim embora. Para além da música, da tecnologia e do espectáculo visual, Iris Camaa, a louraça percussionista (vide aos 4m:44s), era quiçá impressionante. Em vários sentidos… Ninguém lhe deve ter dito que aquilo não era uma banda de hard rock.
  • as sugestões de livros são os livros consumidos durante estas 2 semanas: acabei o “The Nudist on the Late Shift”, li o “Only the Paranoid Survive”, escrito pelo big boss da Intel, e comecei e estou quase a acabar o “Microtrends: The Small Forces Behind Today’s Big Changes”. O segundo devia ser lido por muita gente que ainda não percebeu porque é que em última análise o iPhone não tem hipótese. Podem ler este sumário. Olhem bem para o terceiro gráfico, relativo à transformação de uma indústria vertical numa indústria horizontal, e tirem conclusões.
  • já recomendei aqui o livro “Economics in One Lesson”. Podem comprar mas também está disponível gratuitamente online (procurem ou vejam o post onde recomendei o livro). Se não vos apeteceu ler o livro, fiquem a saber que a lição base é a “parábola da janela partida”, criada por Bastiat. E podem ver este video com um resumo em cerca de 2 minutos e meio. Explica bem porque é que é inútil a intervenção do Estado na economia, cobrando mais impostos para criar empregos. Cria empregos de um lado mas destrói-os do outro: quem paga mais impostos contrata menos empregados ou compra menos produtos (o que faz com quem as empresas produtoras eliminem postos de trabalho).

Até à proxima semana. Pode ser que eu traga a resposta ao mistério da Vida, do Universo e tudo o Resto.