
Acontece então que um belo dia, lá para os fins de 95 ou inicios de 96, somos (Esoterica) contactados pelo Banco de Fomento Exterior.
O BFE, hoje em dia integrado no BPI, resolveu na altura lançar um package que incluia o financiamento à compra de um PC e o acesso Internet acoplado ao mesmo. Obviamente não iam lançar toda uma infraestrutura própria e por isso tinham acordado com a Telepac poderem usar a sua rede nacional de acesso (vulgo POPs). Alguns estarão lembrados dos logins/emails bfeXXX@telepac. Tirando isso o BFE geria a restante infraestrutura (servidores de email, news, DNS, etc)
Para além disso o BFE não tinha condições, por várias razões, de prestar o suporte técnico telefónico necessário para os seus utilizadores. Por isso contratou a Esoterica em Lisboa e a Caleida no Porto para prestarem esse suporte técnico. Nós, depois do contrato assinado, lá começamos a montar a coisa: contratar linhas telefónicas, comprar equipamento de call center, recrutar pessoas, arranjar espaço, mobiliário, etc.
Eis senão quando o BFE nos convoca para uma reunião na sede da Casal Ribeiro. Lá fomos… Para encurtar a coisa: “desculpem lá, fomos contactados pela Telepac, vieram-nos dizer que se era a Esoterica a dar o suporte técnico em Lisboa a Telepac rasgava o contrato de acesso aos POPs e portanto queriamos pedir-vos se podiamos revogar o contrato convosco”…
Lá revogámos o contrato, depois de ressarcidos das despesas em que tinhamos incorrido. Não andávamos ali para arranjar guerras comerciais e muito menos legais, fosse com bancos ou fosse com operadores monopolistas filhos da puta. Não tinhamos dinheiro para pagar a advogados. Para além de que ter o Golias chateado com as caneladas que uns fedelhos lhe andavam a dar já tinha sido satisfação suficiente.



