30
Apr 11

Esoterica V – Sexo, Mentiras e Video

Este ainda não é o post com a bomba atómica do Golias. Esse vem mais tarde. Mas entretanto lembrei-me de um episódio que merece um curto post.

Da esquerda para a direita: Gonçalo Valverde (a nossa primeira contratação), o vosso ilustre escriba que na altura tinha um fetiche por suspensórios e tshirts maradas, o Nuno Sousa (founder), o Luis Sequeira (founder), um tipo que não me lembro quem é e finalmente o Dr Theriaga Mendes (o primeiro adulto a ajudar a gerir a empresa de vão de escada... um dia também conto esta do vão de escada)

 

Aos belos dias de 18 e 19 de Março do ano 1996, a Esoterica estava presente na conferência Internet 96 organizada pelo Centro Atlântico.

Já tinhamos estado presentes no Internet 95, talvez a primeira conferência sobre Internet em Portugal e que decorreu da forma mais normal possível. Tirando o facto de termos sido nós a montar o stand, o que implicou algum cansaço e que fez com que o stand fosse uma bela bosta. Notem bem os cartazes foleiros, impressos a inkjet e depois fotocopiados para formatos maiores…

Mas, dizia eu, tinhamos ido ao Internet 96. Tudo muito bem e coisa e tal. Até que chega o momento do último debate do dia. O painel já era constituido por um grupo muito maior (7+1) de ISPs, bastante mais do que o painel idêntico no Internet 95 (3).

Eu, o na altura ciberdeputado José Magalhães, Henrique Carreiro da Telepac (hoje na Microsoft) e Teresa Paula Fernandes da Comnexo

Eu já andava pelo nariz com as merdas da PT e da Telepac (ler os episódios anteriores da saga) e com os tempos que os ditos cujos demoravam a responder aos nossos pedidos de instalação de linhas dedicadas. Quando alguém da audiência perguntou porque é que não estávamos com mais POPs em mais zonas do País, respondi curto e grosso: “A Portugal Telecom demora deliberadamente as instalações de linhas dedicadas e, para além disso, recusa-se e anda a engonhar com os nossos pedidos de locação de equipamento nas centrais da PT, coisa a que são obrigados por lei”.

Oh! meu amigo… O Eng. Iriarte Esteves, na altura à frente da Telepac, levanta-se da audiência aos gritos: “ISSO É MENTIRA! NÃO É VERDADE!”… Coisa rara e nunca vista, alguém interromper uma resposta de um membro de um painel. Também raro e nunca visto alguém conseguir bater-me na falta de calma e de tacto…

Nunca cheguei a perceber o que é que seria mentira, se os atrasos ou se a obrigação de permitir o acesso às centrais. O resto do painel, até aí caladinhos que nem ratos, a seguir toca de confirmar a minha afirmação e toca de malhar na PT e na Telepac. Quanto ao Eng. Iriarte Esteves, quando a palavra foi devolvida para contraditório, tinha-se ido embora. As vantagens de um gajo ser quase monopolista é que pode mandar os outros todos badamerda.

Esta foi a parte do “Mentiras”…

A parte do “Sexo” tem a ver com outro “incidente” durante o Internet 96. Às tantas eu, o Pedro Ramalho Carlos (IP Global) e a Graça Carvalho (FCCN), começámos a falar da possibilidade de nos “casarmos” de alguma forma e tentar comprar e partilhar recursos. Fala daqui, fala de acolá, e chegámos à conclusão que o que seria melhor era criar um ponto de troca de tráfego em Portugal, para evitar que o tráfego de cada ISP fosse dar a volta aos EUA. Fomos falar com o Henrique Carreiro e desafiámo-lo a juntar-se a nós e anunciar no fim do congresso esse projecto conjunto. Nada feito. A Telepac, apesar de conversa em contrário (ver PS), só anos mais tarde chegou a participar no PIX, cobrando pela interligação e nunca tendo acedido a trocar tráfego com a Esoterica porque era um “operador pequeno”. A Telepac recusou durante muito tempo o ménage à…. uns quantos.

Finalmente, a parte do “Video”: um dia destes, quando tiver tempo, digitalizo o vídeo e coloco aqui no blog.

 


12
Apr 11

O Que Fazer ou Não Fazer Durante Uma Recessão

Com o país a meio de uma recessão não é surpresa que o assunto da economia seja preocupação de todos.

O que fazer relativamente aos problemas que temos? Bem, isso depende de quem se perguntar. Dizem por aí que precisamos de um financiamento e um estímulo de 85 mil milhões de Euro…

Mas há quem não acredite nesta típica medida keynesiana, preferência de governos socialistas. Há quem não acredite em Keynes, seguido ardentemente por uma classe política retrógrada e velha.

Aqueles que não acreditam nas teorias de Keynes contrapõem como alternativa as teorias de Friedrich Hayek (prémio Nobel de Economia, um dos mais importantes economistas do século 20). Bruce Caldwell, editor do livro “The Collected Works of FA Hayek (19 volumes)”, resume Hayek a 10 idéias-chave sobre o que fazer e não fazer durante uma recessão.

Aqui estão as 10 idéias hayekianas, alternativas a medidas keynesianas que demonstraram não funcionar durante os últimos 50 anos:

1. Recessões irão sempre acontecer. Alternância entre os períodos de crescimento econômico e períodos de estagnação ou declínio são uma parte necessária e inevitável de um mercado livre. As recessões não são aberrações, mas sim eventos dolorosos mas necessários para restabelecer o equilíbrio de uma economia.

2. Um estímulo só vai estimular o défice: a experiência do passado com as tentativas de alterar a economia mostram que políticas monetárias e fiscais anticíclicas podem muitas vezes ter resultados muito piores (como na década de 1970). Os políticos inteligentes devia pois ser aconselhados a não se intrometerem, por muito que os seus instintos lhes digam para mostrar aos eleitores que estão a fazer alguma coisa.

3. Um mercado puro laissez-faire também não funciona: são necessárias algumas regras para os indivíduos poderem realizar os seus planos e para o mercado a funcionar. São necessárias regras gerais, igualmente aplicáveis a todas as pessoas, destinadas a serem permanentes (ainda que sujeitas a revisão, com o crescimento do conhecimento) e que forneçam um quadro institucional no qual as decisões quanto ao que fazer e como ganhar a vida são deixadas para os indivíduos.

4. Planeamento central e regulamentação excessiva não funcionam: o desejo de planear e de submeter a economia aos caprichos dos Estados  colocam a liberdade em risco. Como Hayek observou de forma sucinta: “quanto mais o Estado planeia, mais difícil se torna o planeamento para os indivíduos.”

5. A economia é demasiadamente complexa para previsões precisas: como Yogi Berra disse: “Odeio fazer previsões econômicas. Especialmente sobre o futuro.” Não é que não saibamos nada sobre a economia, mas o que sabemos revela os limites de nosso conhecimento e, consequentemente, da nossa capacidade de planear centralmente.

6. Convém lembrar a regra das consequências imprevistas: a história mostra que quando se tenta atingir certos fins, em especial quando a sua realização implica interferir com o funcionamento dos mecanismos de preço das economias, todos os tipos de efeitos perniciosos ocorrerão, efeitos esses que não faziam parte do plano original

7. Muitos políticos e governantes fariam bem em assistir a umas aulas de Economia do 1º ano: enquanto Hayek repetidamente apontou para as limitações inerentes a uma disciplina que lida com um sistema complexo como a economia, os princípios básicos da economia de escassez, da oferta e da procura, da divisão do de trabalho, etc, podem explicar muito sobre o mundo e, mais importante, ajudar a excluir certas respostas políticas inadequadas (por exemplo, os preços máximos).

8. Convém esquecer a história da “justiça social”: os mercados livres conduzem necessariamente a uma distribuição desigual de riqueza e, inevitavelmente, levam por isso aos clamores para que haja “justiça social igualitária”. Tais clamores de “justiça” são injustificados uma vez que não têm nada a ver com um processo impessoal de mercado e são também perigosos uma vez que esquemas distributivos presumem que possuímos todo o conhecimento necessário que, de facto, nunca se pode possuir (ver #5).

9. Nada é melhor que o livre mercado: Hayek admitiu se tivéssemos mais conhecimento sobre o mesmo, poderíamos fazer muito mais para melhorar o mundo através de planeamento e regulação. Mas não sabemos. E o que sabemos, no mundo globalizado e disperso em que vivemos, é de facto devido ao funcionamento do mecanismo de mercado.

10. Como regra geral, as intervenções dos Governos não são apenas emendas piores do que o soneto, mas podem levar a problemas ainda mais sérios: quando se pensa que os burocratas têm incentivos para maximizar a burocracia; que os políticos procuram ser reeleitos e portanto têm um incentivo ao aumento da despesa e à diminuição de impostos, e que as empresas têm um incentivo para eliminar concorrentes quando conseguem influênciar os Governos e vivem à custa do Estado, conclui-se que o mercado livre continua a ser a nossa melhor opção (ver item 9).

(traduzido e adaptado a partir de “Hayek’s Top 10 Do’s and Don’ts in a Recession”)

 


05
Apr 11

Its My Life

I’ve got a reputation
People know who I am
Rules are mean’t to be broken
Can’t kill what you don’t understand
I see you running scared
I never knew you cared
Go and hide your head in the sand

Been to hell and back
I survived and that’s a fact

[Chorus]
It’s my life (it’s my life)
And I’ll do what I want to
Do what I want to
Do what I like
It’s my life (it’s my life)
And I’ll do what I want to
Do what I want to do…

[Verse]
My New Year’s resolution
Is always the same
Gonna do what I like
Gonna do what I want
‘Cause it’s just my way (yeah)
I don’t live for tomorrow
‘Cause at the end of the day
Gonna shout it from the roof
Better face up to the truth

[Chorus]
It’s my life (it’s my life)
And I’ll do what I want to
Do what I want to
Do what I like
It’s my life (it’s my life)
And I’ll do what I want to
Do what I want to
Do what I like
It’s my life (it’s my life)
And I’ll do what I want to
Do what I want to
Do what I like
It’s my life (it’s my life)
And I’ll do what I want to
Do what I want to do…

(Uhhh yeah)

[Solo]

[Verse]
Don’t need an invitation
I don’t play hard to get (no!)
Well I’m plain they claim
I can’t be tamed
You know it doesn’t matter
I’ll swear if I like
I’ll wear what I want

It’s my life (oh yeah)
And I’ll do what I want to (it’s my life)
Do what I want to
Do what I like (oh yeah)
It’s my life
And I’ll do what I want to (do what you like)
Do what I want to (do it, do it)
Do what I like (do it)
It’s my life (it’s my life)
And I’ll do what I want to
Do what I want to
Do what I like
It’s my life (it’s my life)
And I’ll do what I want to
Do what I want to
Do what I like
It’s my life (it’s my life)
And I’ll do what I want to
Do what I want to
Do what I like


05
Apr 11

43


01
Apr 11

A Comunicação do Sr Presidente da República (Deja Vú)

 

Sr Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, 31 de Março de 2011

“As eleições do próximo dia 5 de Junho irão, pois, decorrer num momento em que o País é confrontado, em simultâneo, com uma crise política,  [com uma crise financeira], com uma crise económica e com uma crise social.”

 

Sr Presidente do Conselho, António Oliveira Salazar, 25 de Maio de 1937

Desordem política – “Desde logo, o funcionamento irregular dos poderes públicos – um pouco causa e um pouco efeito de todas as outras desordens. Independentemente do valor dos homens e da rectidão das suas intenções, os partidos, as facções e os grupos políticos supunham ser, por direito, os representantes da democracia; e exerciam de facto a soberania nacional, mas simultaneamente conspirando. A Presidência da República não tinha força nem estabilidade. O Parlamento oferecia constantemente o espectáculo do desacordo, do tumulto, da incapacidade legislativa ou do obstrucionismo, e escandalizava o País com o seu procedimento e a inferior qualidade do seu trabalho. Aos ministérios faltava coesão; não podiam governar, mesmo que alguns governantes desejassem fazê-lo. A administração pública, incluindo a das autarquias e a das colónias, em vez de representar a unidade e a acção progressiva do Estado, era pelo contrário símbolo vivo da falta de colaboração geral, da irregularidade, da desorganização que gerava, até nos melhores espíritos, o cepticismo, a indiferença e o pessimismo.”

Desordem financeira – “Estreitamente ligada à desordem política, que envenenava toda a vida portuguesa, havia na Metrópole e nas colónias a desordem financeira e a desordem económica que, agravando-se mutuamente, agravavam a desordem política, num círculo vicioso de males nacionais. Esse estado de desequilíbrio financeiro, absorvia tanto as receitas normais como as dos novos impostos e taxas que o Parlamento votava. Não se sabia sequer como equilibrar o deficit que devorava as emissões de notas do Banco de Portugal e as disponibilidades da Nação, mobilizadas pelas emissões de títulos do Tesouro e pelas repetidas sangrias feitas à Caixa Geral de Depósitos. No orçamento, na tesouraria e em todas as contas, o exagero das autonomias, legais ou ilegais, e o atraso nos pagamentos, na liquidação , nas escrituras e na estatística estabeleciam a incerteza e a confusão.”

Desordem económica – “Tornado impotente pelas dificuldades políticas e embaraçado pelas dificuldades financeiras, o Estado não conservava, antes devorava a riqueza da Nação; e consumia ou deixava consumir o capital colectivo que recebera do passado e as enormas somas que lhe agravariam o futuro. Mas onde estaria a razão para surpresa se, por entre tão grandes males, as taxas eram de 11 por cento para as notas do Tesouro e de 15, 20 e mesmo 25 por cento para os contratos privados no País? Porque se surpreendiam com o facto de a produção nacional ser difícil e cara, vencida pela concorrência estrangeira no próprio mercado interno? Porque se admiravam por ver tão poucas pessoas a aventurar o seu dinheiro no alargamento ou melhoramento das suas propriedades urbanas ou rurais? A carestia de vida que então conhecemos era lógica; a falta de confiança no futuro de Portugal era fatal, tanto em casa como no estrangeiro, onde o nosso crédito se restringia lamentavelmente; era inevitável que os emigrantes abandonassem o País em número cada vez maior.”

Desordem social – “Um pouco a miséria, muito a indisciplina, a fraqueza dos governos, os compadrios e as cumplicidades equívocas, geraram a anarquia nas fábricas, nos serviços e na rua. Um regime de insegurança, de revoltas, de greves e atentados estabelecera-se no País. Quando a fraqueza dos governos não lhes permite garantir eficazmente o direito dos cidadãos, estes tomam nas suas mãos, anarquicamente, a defesa da própria vida, interesses e bens; ou deixam-se vencer e abater, dominados pelo terror de que uma minoria audaciosa se serve impunemente para violar a Justiça.”

NOTA: Para os palhaços que vão começar a espumar pela boca: não, não sou fascista; não sou salazarista; não sou de extrema direita. Mas assumidamente não sou democrata, sou republicano. E não gosto da extrema esquerda e do socialismo, são tão autoritários e colectivistas quanto a extrema direita e o fascismo. Sou individualista, capitalista (mas teso), neoliberal e minarquista. Como não sou democrata, no meu blog não há liberdade de expressão. Quaisquer comentários que considere abusivos ou que não goste não serão aprovados e vão directinhos para o caixote do lixo. Se se querem “exprimir” ide criar um blog num canto qualquer.