Esta coisa da “lista VIP”, nomeadamente o sistema de alertas, não seria de usar na Justiça para proteger os processos em segredo de Justiça?
Ah, esqueci-me. Os processos são muito mais seguros em papel. Assim o juiz leva o papel para casa e voilá: because segurança.
Embora o grande mecanismo de segurança dos processos em tribunal é o serem cosidos. Sim, cosidos, com fio e agulha, à mão.
Isto porque, notem, impede a consulta indevida. As folhas estão todas cosidas umas com as outras e assim não dá para tirar fotocópia.
Quando alguém devidamente autorizado precisa de consultar o processo, descosem-se as folhas. No fim, volta-se a coser. À mão. Com fio e agulha. Não acreditam? Ampliem a imagem: http://observador.pt/wp-content/uploads/2014/08/processos-tribunais11.jpg
A “coisa” podia ser informatizada. Mas os juizes e magistrados só o permitiriam se pudessem construir um datacenter na cave do palácio Raton. No datacenter do MJ é que não. Os servidores estão mais seguros num “datacenter” em Évora que é numa cave (because segurança!!). O ter uma janela virada para a rua, sem protecção, e o ar condicionado ser uma ventoínha não são problemas de maior.
Muito menos é aceitável que esteja tudo centralizado em servidores num datacenter. A segurança é muito maior se os processos de cada tribunal, cada vara, estiverem armazenados num servidor local. Mais uma vez, o facto de muitas vezes haverem janelas viradas para a rua, sem protecção, não é problema. Aliás, até ajuda: quando a ventoinha falha abre-se a janela.
Se se precisar de estatisticas na Justiça, não há problema: em cada um dos +400 servidores faz-se um export para Excel e depois alguém junta os 400 ficheiros num só. O Excel ajuda bastante.
Quanto às gravações dos julgamentos e os ficheiros audio, estamos falados.
E não há cá cartões de ID e autenticação num sistema de PKI (infraestrutura de chaves públicas) atribuidos pelo Ministério da Justiça. Para haver esses cartões tinham os próprios juizes e magistrados de ter uma PKI só deles. E impressoras de cartões só deles. Na cave do palácio. A Casa da Moeda fazer isso não é de confiar.