“O poder da Internet deve servir o Mundo”
Não serve nem deve servir. A Internet serve o individuo, transfere poder das organizações e do colectivo para o individuo. Uma afirmação colectivista e socialista cuja consequência lógica é a submissão da Internet a uma qualquer entidade supranacional (ONU? EU?) e a retirada de direitos digitais aos cidadãos (confidencialidade, anonimidade, privacidade).
“A tecnologia não resolve problemas, as pessoas resolvem problemas.”
Precisamente. Pessoas. Possivelmente agregadas em grupos por vontade própria. O que não resolve problemas: colectivos impostos, partidos e políticos, entidades supranacionais e supraindividuo.
“Os políticos do presente e do futuro têm de orquestrar a inteligência colectiva.”
Não têm nada. A inteligência colectiva orquestra-se a si própria. A inteligência colectiva de uma colónia de formigas não é orquestrada por ninguém. A inteligência colectiva de um cérebro também não, não é preciso ninguém a orquestrar os neurónios.
“Devem impor-se pela confiança. O seu desígnio não é um conceito de justiça meramente formal, mas o desenvolvimento das capacidades para que cada um atinja o seu potencial.”
Cá está. Mais uma das várias afirmações que trai o tom geral da entrevista, um tom de descentralização, poder distribuido, capacidade dos individuos. No fundo, no fundo, as pessoas e cidadãos são umas bestas que precisam que os politicos se imponham e lhes orquestrem a vidinha para que possam atingir o seu potencial.
Para além do discurso bonito, é uma agenda compreensivel para quem representa não só uma multinacional mas também o poder politico (um partido).
Em tudo o resto é uma boa entrevista.